Militares foram enganados para dar golpe de Estado, diz TV pró-Maduro
A rede de televisão Telesur, simpática ao ditador Nicolás Maduro, divulgou vídeo hoje em que alguns militares afirmam terem sido "enganados" para dar um golpe de Estado. Na manhã de hoje, o autodeclarado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, afirmou ter recebido apoio de parte das Forças Armadas locais.
"Ontem à noite mandaram-nos buscar nossos uniformes patrióticos para receber condecorações e notícias que mudariam nossas vidas", diz um militar em vídeo divulgado pela mídia simpática a Maduro.
Segundo o relato, os militares foram levados a um ponto de concentração de opositores de Guaidó - o Distribuidor Altamira. Chegando lá, segundo o relato, receberam ordens de fechar as vias e apoiar a deposição de Maduro.
"Um grupo de sargentos da Guarda Nacional, funcionários e até mesmo alguns funcionários da Sebin [Serviço de Inteligência Bolivariana] (...) os levaram para o local enganados, argumentando que era outra coisa", disse Diosdado Cabello, líder político leal a Maduro.
Outros vídeos divulgados nas redes sociais mostram militares que se dizem enganados por homens leais a Guaidó retirando-se e voltando-se a juntar à Força Bolivariana.
Guerra de versões
Em meio a uma guerra de narrativas, é difícil saber se a procedência da história. Tanto Maduro quanto Guaidó afirmam ter apoio das Forças Armadas.
Mas o desenrolar dos fatos de hoje permite algumas conclusões: Maduro ainda tem apoio militar. Mas esse apoio parece ter diminuído, já que Leopoldo López, opositor que estava em prisão domiciliar, voltou às ruas sem maiores dificuldades.
Diosdado Cabello condenou as ações dos funcionários da Sebin e negou uma informação que circulava entre as forças simpáticas a Guaidó: a de que uma base aérea local, La Carlota, havia sido tomada.
No meio da tarde, o governo brasileiro, que apoia Guaidó contra Maduro, afirmou que o opositor é "fraco militarmente".
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