Hoje não ouvi você dizer que me ama, diz mãe de menina morta no Chile
A mãe da menina brasileira Khalida Carvalho Trabulsi Lisboa, Lenne Carvalho Trabulsi Lisboa, usou as redes sociais, na madrugada de hoje, para expressar o sofrimento causado pela morte da filha.
A criança e a colega Isadora Pereira Bringel Carvalho, 7, morreram, na última segunda-feira (3), ao serem atingidas por pedras que despencaram de uma montanha na barragem de El Yeso, em San José de Maipo, 60 km a leste de Santiago, no Chile.
Lenne Lisboa publicou uma foto dela com a filha e escreveu "hoje não ouvi você dizer que me ama. Eu te amo, minha boneca." Ela e o marido, Jorge Trabulsi Lisboa, estão em Santiago aguardando a liberação do corpo da filha para ser trasladado para o Brasil. Lenne está grávida de sete meses, esperando uma menina.
Um dia antes do acidente, a mãe de Khalida publicou um vídeo da filha e duas coleguinhas, sendo uma delas Isadora, posando para tirar fotos. Nas imagens, as três meninas sorriem e se divertem aproveitando o momento.
O pai de Khalida é médico e contou aos familiares que ao ver a filha acidentada realizou socorro imediato para tentar salvar a menina. Ele conseguiu reanimar a criança, mas ela acabou morrendo.
"Meu irmão prestou os primeiros socorros a minha sobrinha e ela chegou a acordar, mas não resistiu aos ferimentos. Ele viu que minha sobrinha estava perdendo sangue. No mesmo momento, os pais da outra menina, que são médicos também, a socorreram. Outras pessoas ajudaram e a ambulância não demorou a chegar", contou o tio da menina, Luis Alberto Trabulsi Lisboa.
Familiares de Khalida viajaram para o Chile, na madrugada de hoje, para ajudar o casal no traslado do corpo da criança. Segundo o tio da menina, há burocracia para obter os papeis para liberação e traslado do corpo da sobrinha porque a menina morreu fora de um hospital.
"O consulado brasileiro está ajudando. É muita papelada e, no caso de Khalida, como ela morreu no local, há uma investigação policial, tem perícia, e isso demora mais. Já a outra menina, a Isadora, como a morte ocorreu no hospital, é menos complicado", conta Luis Alberto.
Familiares de Isadora não viajarão para o Chile para trazer o corpo dela para o Brasil, pois a liberação está sendo resolvida junto ao hospital que ela foi socorrida. Os pais delas estão acompanhando os trâmites no Chile.
O acidente
As duas meninas brasileiras morreram durante um passeio turístico na Cordilheira dos Andes, no Chile, estavam brincando na neve quando foram atingidas pelas pedras que deslizaram da montanha.
As meninas Isadora Pereira Bringel Carvalho, 7, e Khalida Carvalho Trabulsi Lisboa, 3, brincavam na neve com a irmã de Isadora, quando pedras despencaram de uma altura de cerca de 15 metros da montanha. As duas foram atingidas e terceira menina escapou ilesa.
As duas famílias estavam em um passeio com mais 20 pessoas, que foi vendido por uma agência de turismo. A agência está sendo investigada pelo governo local.
Familiares relatam que o grupo não foi avisado dos riscos de deslizamento de pedras no local e que não havia sinalização alertando o perigo.
"Não teve esse negócio de desobedecerem sinalização e entrarem em área proibida. O passeio tinha paradas e foi numa dessas que o acidente aconteceu", explica Aquila Trabulsi, tia de Khalida.
"Não havia sinalização no local. O governo chileno está dizendo que era uma área restrita, mas ao que parece não tinha nada de restrita, pois era normal as pessoas estarem lá. Ninguém passou por área proibida, nada", reforça Luis Alberto.
As duas meninas são do Maranhão e moravam no município de Bacabal, a 247 km de São Luís. A cidade está comovida com a morte das duas crianças, que estudavam no Colégio Reis Magos, em Bacabal.
Isadora Pereira Bringel Carvalho, 7, é filha do casal de médicos Marcelo Bringel Carvalho e Slávya Pereira Bringel Carvalho. Ela tem um irmão e uma irmã. Todos os cinco estavam viajando.
Já Khalida Carvalho Trabulsi Lisboa é filha do médico Jorge Trabulsi Lisboa e da gastrônoma Lenne Carvalho Trabulsi Lisboa. Khalida é neta do ex-prefeito Raimundo Lisboa e da vice-prefeita de Bacabal, Graciete Trabulsi.
Ainda não há previsão de quando os corpos das meninas serão liberados para serem trazidos ao Brasil. O enterro delas deverá ocorrer em São Luís (MA).
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.