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Família faz 'vaquinha' online para trazer corpo de estudante morto na China

Luciano Nagel

Colaboração para o UOL, em Porto Alegre

24/07/2019 18h51

Familiares e amigos do estudante Leonardo Cláudio da Rosa, 23, encontrado morto na China no último dia 13, promovem uma ''vaquinha'' na internet para arrecadar R$ 40 mil e trazer o corpo a Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre.

"Queremos fazer uma última homenagem a ele realizando um ritual de despedida, como ele gostaria aqui no Brasil'', disse Rosane de Souza, 50.

Ela diz ter a esperança de que o valor arrecadado seja suficiente para, ao menos, cremar o corpo na China e trazer as cinzas.

De acordo com a mãe do rapaz, que cursava letras na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) em Porto Alegre e fazia intercâmbio para estudar mandarim, ''as circunstâncias da morte ainda estão sob investigação".

Doação

Rosane ainda afirmou que, caso o dinheiro recolhido pela internet ultrapasse o valor do traslado, o restante será doado a alguma ONG ligada a causa LGBT.

'Precisa ser uma instituição bem séria, que todos conheçam. Isso seria um tipo de homenagem para o Léo. Ele com certeza, se estivesse vivo, pediria para a gente fazer isso'', afirmou.

E apesar das dificuldades, Rosane elogiou a Embaixada Brasileira em Pequim.

"Não tenho nada a reclamar deles (referindo-se aos diplomatas brasileiros que lá estão). O problema é a dificuldade de extrair informações da polícia chinesa. Se quer ainda sabemos a causa da morte do meu filho'', afirmou.

Causa da morte é exigida para traslado ser pago

Por meio da assessoria de imprensa, a UFRGS afirmou que o estudante tinha um seguro de vida atrelado ao curso que realizou.

Mas é preciso ter confirmação da causa da morte para que o traslado seja pago pelo seguro.

"Na hipótese de suicídio, por exemplo, o benefício é automaticamente excluído'', explicou a universidade em nota. A instituição também diz que não tem recursos para arcar com o transporte do corpo.

Em nota divulgada ao UOL, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que ''não dispõe de previsão legal e orçamentária para o pagamento de despesas de traslado de corpo de nacionais falecidos no exterior''.