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Bolsonaro quer Eduardo no Brasil e sugere Nestor Forster para embaixada

O presidente Jair Bolsonaro durante chegada a Tóquio (Japão), primeira etapa da viagem à Ásia - José Dias/PR
O presidente Jair Bolsonaro durante chegada a Tóquio (Japão), primeira etapa da viagem à Ásia Imagem: José Dias/PR

Do UOL, em São Paulo

22/10/2019 08h19

O presidente Jair Bolsonaro falou ontem no Japão que prefere o filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, no Brasil para ajudar com a crise no PSL e sugeriu Nestor Forster como um nome forte para assumir a embaixada em Washington. Ele também falou sobre a possibilidade de trocar o embaixador do Brasil em Israel após a derrota de seu aliado Benjamin Netanyahu em formar governo.

Em entrevista aos jornalistas em Tóquio, onde participou da cerimônia de ascensão do novo imperador japonês, Naruhito, Bolsonaro disse que cabe a Eduardo decidir se desiste da indicação para o cargo de embaixador. "No meu entender, [o melhor] é ele ficar no Brasil, até para pacificar o partido e ver o que pode catar de caco, porque teve gente que foi para o excesso".

"Nós temos lá o Nestor Forster. Ele é um bom nome. Obviamente, o Eduardo desistindo que eu mande o nome dele ao Senado, tendo em vista a importância na política dentro do partido, o Forster é um bom nome para ser consolidado lá".

Forster ocupa o cargo de embaixador interino em Washington que, na prática, conta com menos prerrogativas que um embaixador aprovado pelo Congresso e recebido pelo governo de Donald Trump.

Amigo do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e ligado a Olavo de Carvalho, Forster foi promovido ao topo da carreira em junho deste ano, em preparação para a indicação ao cargo de embaixador, mas foi surpreendido pela decisão do presidente de apontar o filho.

O presidente revelou que indicaria Eduardo para a embaixada nos Estados Unidos no início de julho, um dia depois de Eduardo completar 35 anos — a idade mínima para o cargo. No entanto, apesar de o governo norte-americano já ter dado o agrément - uma espécie de aceite do país anfitrião -, até hoje o Planalto não enviou a mensagem para o Senado porque Eduardo não teria os votos suficientes para ter sua indicação aprovada.

Nos últimos dias, Eduardo se tornou peça central na crise que envolve o PSL, tendo sido indicado para assumir a liderança do partido na Câmara pelo grupo bolsonarista do partido, em uma briga aberta com o ex-líder Delegado Waldir (GO), que é ligado ao presidente da sigla, deputado Luciano Bivar (PE).

Ontem, depois de uma guerra de listas de assinatura para nomeação de líder, o grupo bolsonarista conseguiu 29 assinaturas (uma delas não confirmada pela Câmara) e Waldir cedeu, liberando a liderança para Eduardo. O mínimo necessário eram 27.

Embaixada em Israel

Hoje, o presidente manifestou sua intenção de trocar o embaixador do Brasil em Israel. Ontem, o primeiro-ministro israelense - e um aliado de Bolsonaro - falhou na sua tentativa de formar uma coalizão, abrindo caminho para que o rival nas eleições, Benny Gantz, tente e o substitua no cargo.

Segundo Bolsonaro, ele quer alguém de carreira diplomática para substituir o diplomata Paulo César Meira de Vasconcellos, embaixador no país desde 2017.

"Talvez eu indique, estou conversando com o chanceler Ernesto Araújo porque o embaixador lá tem um tempo bastante longo, um embaixador com um perfil apropriado para o contato com o governo local e, obviamente, conosco".

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(Com Reuters)