Muçulmanos acusam partido do premiê britânico de discriminação religiosa
Resumo da notícia
- Lideranças muçulmanas afirmam que Partido Conservador é negligente com islamofobia dentro da legenda
- Boris Johnson se desculpou e disse que o partido terá uma investigação interna
- Primeiro ministro tem histórico de declarações preconceituosas contra muçulmanos
O Partido Conservador de Boris Johnson, primeiro ministro do Reino Unido, foi acusado por líderes muçulmanos de permitir que a discriminação religiosa se espalhe dentro de suas fileiras. Em comunicado nesta terça-feira (26), o Conselho Muçulmano Britânico (MCB) afirmou que a islamofobia é um problema sério no Partido Conservador, mas que a legenda insiste em negar e fazer vista grossa à discriminação.
"É bastante claro para muitos muçulmanos que o Partido Conservador tolera a islamofobia, permite que ela apodreça na sociedade e falha em implementar as medidas necessárias para erradicar esse tipo de racismo", afirmou o MCB.
Na quarta-feira, Boris Johnson foi perguntando se ele se desculpava pela islamofobia no seu partido Conservador, e respondeu que sim. "Tudo isso é intolerável e é tão importante para o país que não permitiremos esse tipo de coisa. Por isso que teremos uma investigação interna", declarou.
Boris Johnson tem histórico de declarações preconceituosas
O premiê enfrentou fortes críticas por uma coluna publicada no ano passado, na qual ele usou os termos "ladrão de banco" e "caixa de correio" para descrever mulheres muçulmanas que usam burca.
Em julho, Boris Johnson recebeu críticas a respeito de um texto publicado em 2007, no qual argumenta que o Islã fez com que os países que majoritariamente seguem essa religião ficassem "literalmente séculos atrás" do Ocidente. O texto era um apêndice para uma nova edição de seu livro "The Dream of Rome" ("O Sonho de Roma", em tradução livre), no qual analisa semelhanças e diferenças entre a União Europeia e o Império Romano.
"Tem que haver algo no Islã que ajude a explicar porque não houve crescimento da burguesia, do capitalismo liberal e, portanto, a democracia não se desenvolveu no mundo muçulmano", escreveu o ex-ministro das Relações Exteriores e ex-prefeito de Londres no texto recuperado pelo jornal britânico "The Guardian".
*Com EFE
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