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Avião ucraniano foi derrubado por iranianos acidentalmente, diz mídia

Um avião da Ukraine International Airlines com 176 pessoas a bordo caiu hoje no Irã logo após decolar do aeroporto de Teerã com destino a Kiev. Na imagem, o motor do avião após a queda - AFP
Um avião da Ukraine International Airlines com 176 pessoas a bordo caiu hoje no Irã logo após decolar do aeroporto de Teerã com destino a Kiev. Na imagem, o motor do avião após a queda Imagem: AFP

Do UOL, em São Paulo

09/01/2020 13h38Atualizada em 09/01/2020 17h28

O Boeing 737 da Ukraine International Airlines, que caiu seis minutos após decolar do Aeroporto Internacional de Teerã e deixou 176 mortos, pode ter sido derrubado por acidente. Autoridades do Irã negaram a possibilidade, que classificaram como "rumores ilógicos".

De acordo com a revista norte-americana Newsweek, um oficial do Pentágono, um oficial sênior de inteligência dos Estados Unidos e outro oficial de inteligência do Iraque disseram que o avião caiu após ser atingido pelo sistema de mísseis antiaéreos do Irã.

Um oficial norte-americano disse para a CNN que foram dois mísseis, fabricados pela Rússia, que atingiram a aeronave. Os EUA viram os sinais do radar iraniano travarem no avião antes de ser abatido.

Até o momento, as fontes afirmam que a aeronave foi derrubada acidentalmente. Acredita-se que o Boeing foi atingido por um sistema construído na Rússia, conhecido como Gauntlet.

A versão é a mesma sustentada por fontes militares consultadas pela agência Associated Press. Duas pessoas afirmaram ao veículo que é "bastante provável" que a aeronave tenha sido atingida pelo sistema de mísseis antiaéreos do Irã.

O programa antiaéreo do Irã estava ativo após o ataque do país contra bases norte-americanas no Iraque, que aconteceu em resposta ao assassinado do general Qassim Suleimani.

176 mortos

O voo PS752 da Ukraine International Airlines decolou às 6h10 de quarta-feira (23h40 de terça-feira no horário de Brasília) do aeroporto Imã Khomeini, em Teerã, com destino ao aeroporto Boryspyl de Kiev. O Boeing 737 transportava 176 pessoas: 82 iranianos, 63 canadenses, dez suecos, quatro afegãos e três britânicos. Outros 11 eram ucranianos, incluindo os nove tripulantes. Ao menos trinta vítimas eram da região de Edmonton, Canadá, que acolhe uma importante diáspora iraniana.

Segundo a lista de passageiros, pelo menos 25 tinham menos de 18 anos. Treze deles eram estudantes da Universidade Sharif, em Teerã, uma das mais prestigiadas do país, segundo a agência Isna.

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, pediu uma "investigação profunda". Já o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, interrompeu suas férias em Omã para retornar à Kiev, ordenou uma investigação e anunciou a inspeção de "toda frota aérea civil ucraniana", independentemente da causa do acidente.

Tensão entre EUA e Irã

O acidente com o avião da Ukraine International Airlines ocorre em um momento em que o Oriente Médio atravessa um sério período de tensão com os Estados Unidos e logo após Teerã disparar mísseis contra as forças americanas no Iraque, em retaliação ao assassinato do general iraniano Qassim Suleimani. No entanto, até o momento, nada indica que esses eventos estejam relacionados. O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, advertiu para o risco de qualquer "especulação".

O aiatolá Ali Khamenei, o guia supremo iraniano, transmitiu no Twitter suas "sinceras condolências" às famílias das vítimas deste acidente "desastroso". A embaixada ucraniana no Irã emitiu um comunicado no qual menciona uma "pane em um motor da aeronave, devido a razões técnicas", e dizendo excluir "a tese de um ataque terrorista".

Imagens amadoras veiculadas pela mídia estatal iraniana mostram o Boeing em chamas perdendo altitude e explodindo com o impacto no solo. Especialistas em aviação descartam a possibilidade de que o aparelho tenha sido abatido. "O avião estava subindo (...) na direção certa, o que significa que algo catastrófico aconteceu", mas não "uma bomba, ou pane catastrófica", observou Stephen Wright, professor da Universidade de Tempere, na Finlândia.

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Sem citar o Irã diretamente, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, pediu uma "cooperação total com toda a investigação e as causas" do acidente. A Boeing também indicou que está "disposta a ajudar por todos os meios necessários".