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Irã convoca embaixador do Reino Unido a explicar presença em "ato ilegal"

O embaixador britânico no Irã, Robert Macaire - Governo Britânico
O embaixador britânico no Irã, Robert Macaire Imagem: Governo Britânico

Do UOL*

12/01/2020 10h25

O vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, escreveu em seu Twitter que o embaixador da Grã-Bretanha no país, Rob Macaire, foi preso como estrangeiro desconhecido em um ato ilegal e liberado assim que confirmada sua identidade. Ele também foi convocado para prestar esclarecimentos.

Ontem, a imprensa britânica publicou que o embaixador foi detido após assistir a uma vigília para homenagear as vítimas do acidente com o avião ucraniano em Teerã, ato que se tornou um protesto contra o governo, que assumiu a culpa pela queda.

"Ele não foi detido, mas preso como estrangeiro desconhecido em uma reunião ilegal. Quando a polícia me informou que um homem foi preso e afirmava ser embaixador da Reino Unido, eu disse IMPOSSÍVEL! Somente após minha conversa telefônica com ele, identifiquei, surpreso, que era ele. 15 minutos depois, ele estava livre", escreveu.

Já o Ministério das Relações Exteriores do Irã, em seu site oficial, informou que convocou o embaixador ao Reino Unido a se explicar.

O governo alega que a "presença de embaixadores estrangeiros em reuniões ilegais não tem nada a ver com suas responsabilidades como representante político daquele país e é contra a Convenção de Viena de 1961 sobre Relações Diplomáticas".

"Hoje, Rob Macaire foi convocado por causa de seu comportamento não convencional de participar de uma manifestação ilegal no sábado", afirmou o relatório.

Mais cedo, Rob Macaire já havia se manifestado sobre o incidente, afirmando que não participou das manifestações de ontem contra as autoridades iranianas.

"Posso confirmar que não participei de qualquer manifestação. Fui a um evento anunciado como uma vigília pelas vítimas da tragédia [do voo] #PS752" da Ukraine International Airlines, abatido na quarta-feira (8) perto de Teerã, disse Macaire, acrescentando que abandonou o local cinco minutos depois, quando algumas pessoas começaram a lançar slogans contra as autoridades iranianas.

É "normal querer prestar uma homenagem", escreveu Macaire, levando em conta que "algumas vítimas eram britânicas".

Ontem, Teerã assumiu a responsabilidade pela tragédia, na qual 176 pessoas morreram e que provocou uma onda de indignação no Irã, depois de ter negado várias vezes a tese de que o avião teria sido atingido por um míssil. A admissão gerou protestos em Teerã contra o governo.

*Com informações das agências AFP e Reuters.