Polícia de Minneapolis imobilizou 428 por asfixia em 8 anos; 66% são negros
Ao menos 58 pessoas perderam a consciência depois que policiais de Minneapolis, nos Estados Unidos, as imobilizaram pelo pescoço, segundo uma análise feita pela rede de TV norte-americana CNN. Na semana passada, George Floyd, um homem negro, morreu após uma ação policial usando este método — um agente aparece ajoelhado no pescoço dele.
Segundo o levantamento, os policiais da cidade imobilizaram 428 pessoas pelo pescoço desde 2012 e 14% delas perderam a consciência. Isso significa que, em média, o procedimento foi utilizado uma vez por semana durante o período.
Cerca de dois terços das pessoas nas quais esse método foi utilizado eram negras. Segundo dados do Censo, 19% da população de Minneapolis é composta por negros.
Do número total de pessoas que os oficiais de Minneapolis submeteram a restrições de pescoço desde 2012, 280 eram negras - 65% - enquanto 104 eram brancas, 13 nativas americanos, 13 outras raças/mistas, 12 desconhecidas, quatro asiáticas e duas sem registro de raça.
Das 58 pessoas que perderam a consciência, 33 eram negras - ou 57% do total - enquanto 19 eram brancas, três eram nativas americanas, duas eram de outra raça/raça mista e uma era asiática.
Um porta-voz do departamento não respondeu à emissora sobre o uso do procedimento ou as disparidades raciais nas quais os policiais o utilizam.
Embora especialistas ouvidos pela emissora afirmem que o procedimento usado em Floyd não se qualifica como uma restrição adequada, o departamento policial da cidade permite que agentes comprimam "um ou ambos os lados do pescoço de uma pessoa com um braço ou perna, sem aplicar pressão direta na traqueia ou nas vias aéreas", segundo seção do manual cuja última atualização foi feita em 2012. O método é chamado de "opção de força não mortal".
Derek Chauvin, o policial responsável por imobilizar Flody, foi preso e acusado de homicídio. Segundo a agência de notícias Associated Press, ao longo de 19 anos de carreira, Chauvin foi alvo de quase 20 queixas formais e duas cartas de reprimenda. A maioria foi arquivada.
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