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Parlamentares democratas pedem que Twitter suspenda conta de Donald Trump

Posts de Trump vêm sendo marcados com alerta de "questionável" pelo Twitter - CARLOS BARRIA/REUTERS
Posts de Trump vêm sendo marcados com alerta de "questionável" pelo Twitter Imagem: CARLOS BARRIA/REUTERS

Do UOL, em São Paulo

05/11/2020 11h26Atualizada em 05/11/2020 14h21

Parlamentares democratas pediram hoje que o Twitter suspenda a conta do presidente americano Donald Trump até o fim da apuração dos votos da eleição nos EUA a fim de evitar o que classificam como "pura desinformação".

"Votos válidos ainda estão sendo computados. Isso é a América, não a Rússia", escreveu o congressista representante da Virgínia Gerry Connolly. A postagem foi uma resposta a publicações de Trump reclamando da liderança do oponente Joe Biden e questionando os resultados das urnas.

O atual presidente também se declarou vencedor na Pensilvânia, Geórgia e Carolina do Norte antes de a contagem ter acabado.

Os Estados Unidos não têm um órgão oficial que divulga, em tempo real, os resultados das urnas, como o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no Brasil. Por isso, as agências de notícias e veículos de comunicação como AFP, AP e Fox fazem extrapolações estatísticas e apontam os vencedores por estado. A AFP chegou a considerar definida a apuração do Arizona — e Joe Biden somava mais 11 votos até a manhã desta quinta-feira (5). A contagem de votos continua no estado.

O congressista representante de Rhode Island, David Cicilline disse na rede social que os tuítes de quarta-feira de Trump são "uma ameaça à nossa democracia".

"No momento, a conta do presidente no Twitter está postando mentiras e desinformação em um ritmo de tirar o fôlego. É uma ameaça à nossa democracia e deve ser suspensa até que todos os votos sejam contados", escreveu.

Várias autoridades — incluindo a candidata democrata à vice-presidência, senadora Kamala Harris — já haviam pedido para que o Twitter bloqueasse o presidente.

Twitter tem alertado sobre fake news em posts de Trump

Apesar de não ter bloqueado ou suspendido a conta do presidente, a rede social endureceu suas políticas contra a desinformação no período que antecedeu a eleição. A empresa postou que removeria tuítes que informassem falsa vitória para qualquer candidato e que adicionaria avisos sobre tuítes enganosos em contas com mais de 100 mil seguidores.

Desde ontem, vários posts de Trump têm sido marcados com alertas de "questionável" ou "enganoso", quase todos apontando, sem provas, que há fraude na apuração. Hoje, o presidente publicou que nenhum voto que chegasse aos postos de contagem após o dia da eleição (ontem) seria contado. O Twitter desmentiu.

Postagens de quarta-feira da secretária de imprensa Kayleigh McEnany e de Eric Trump, que diziam que Trump havia vencido na Pensilvânia, também foram sinalizados pela rede social.

"Fontes oficiais podem não ter sido consultadas", dizia a sinalização, com um link para uma página com resultados oficiais.

"O Twitter tem um papel fundamental a desempenhar na proteção da integridade do debate eleitoral e encorajamos candidatos, meios de comunicação e eleitores a usar o Twitter com respeito e a reconhecer nossa responsabilidade para com o eleitorado para garantir um processo democrático seguro, justo e legítimo neste novembro", escreveu a empresa.