Por que algumas agências já dão vitória para Biden no Arizona?
O estado do Arizona, nos Estados Unidos, vem atraindo o olhar de quem está acompanhando a apuração das eleições americanas.
Enquanto alguns veículos da imprensa estrangeira cravam uma vitória do democrata Joe Biden no estado, outros preferem ser mais cautelosos e indicam que ainda não é possível ter uma previsão. Mas o que está acontecendo? Biden ganhou ou não no Arizona? Quem irá definir isso? Quem está ganhando a eleição americana?
O desencontro entre as contagens acontece porque não há, nos Estados Unidos, um órgão oficial que divulgue, em tempo real, os resultados das urnas, como o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no Brasil.
Assim, os veículos de imprensa analisam os dados parciais divulgados por cada estado e fazem projeções com base em análises estatísticas, que são relevantes na divulgação da conquista dos delegados — peças fundamentais na disputa pela Casa Branca. Para ser eleito presidente, um candidato precisa chegar ao número de 270 delegados.
Nesse cenário, veículos como a Fox News, emissora que apoia Donald Trump, e a Associated Press, respeitada agência de notícias, declararam a vitória de Biden no Arizona, o que o deixaria com 264 delegados — mais próximo, portanto, de ser eleito presidente.
Segundo a Associated Press, a decisão por projetar Biden como vencedor no Arizona aconteceu porque, na madrugada de quarta-feira (4), quando 80% dos votos haviam sido apurados, o democrata estava 5 pontos percentuais à frente de Trump.
"As cédulas restantes para serem contadas, incluindo votos pelo correio no condado de Maricopa, onde Biden teve um forte desempenho, não seriam suficientes para Trump alcançar o ex-vice-presidente", informou a AP.
A agência destaca que, apesar de o Arizona ter uma longa história política de votação nos republicanos, uma mudança demográfica, incluindo uma população latina em rápido crescimento, e uma forte chegada de novos residentes — alguns fugindo do custo de vida disparado na vizinha Califórnia — tornaram o estado mais amigável para os democratas.
"Muitos dos ganhos foram impulsionados pela mudança política do condado de Maricopa, que abriga Phoenix e seus subúrbios. Foi aí que Biden selou sua vitória. O condado de Maricopa responde por 60% dos votos do estado, e Biden conquistou enormes margens ali", explica a AP.
A Agence France-Presse (AFP) também chegou a declarar vitória de Biden no Arizona na quarta. Mas, hoje, decidiu voltar atrás e passou a considerar a situação do estado como indefinida.
Já o jornal The New York Times e a CNN nem sequer chegaram a projetar um vencedor no Arizona. Por volta das 16h desta quinta (5), a situação no estado era a seguinte, de acordo com o periódico americano: com 86% das urnas, Joe Biden aparece ligeiramente à frente, com 50,5% dos votos, enquanto Trump tem 48,1%. Em números absolutos, a diferença é de 68.390 votos.
Votos pelo correio
Outro fator a ser considerado na apuração desta eleição são os votos enviados pelo correio —onde a campanha de Biden deposita maior esperança. Quase 100 milhões de eleitores votaram antecipadamente neste ano nos Estados Unidos, sendo 62 milhões deles por correspondência.
Essa é opção de voto é a preferida entre os democratas, especialmente durante a pandemia do novo coronavírus.
Como a apuração dos votos presenciais ocorre primeiro, é possível que Biden cresça no final da contagem, quando as cédulas enviadas por correspondência forem computadas.
Os Estados Unidos não têm um órgão oficial que divulga, em tempo real, os resultados das urnas, como o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) no Brasil. Por isso, as agências de notícias e veículos de comunicação como AFP, AP e Fox fazem extrapolações estatísticas e apontam os vencedores por estado. A AFP chegou a considerar definida a apuração do Arizona — e Joe Biden somava mais 11 votos até a manhã desta quinta-feira (5). A contagem de votos continua no estado.
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