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NYT admite falhas editoriais graves no premiado podcast "Califado"

Sede do jornal "The New York Times" - Carlo Allegri
Sede do jornal "The New York Times" Imagem: Carlo Allegri

Do UOL, em São Paulo

18/12/2020 16h47

O "The New York Times" anunciou que "Califado", o seu premiado podcast de 2018, "não atendia aos padrões do jornalismo" do jornal, depois de realizar uma investigação interna que durou mais de dois meses.

"Califado" relatou a história da radicalização de um jovem canadense que foi para a Síria, ingressou no Estado Islâmico e se tornou um integrante do grupo extremista antes de escapar de seu domínio.

A investigação interna do NYT ocorreu depois que autoridades do Canadá prenderam Shehroze Chaudhry, o canadense que alegou ter participado de execuções no Estado Islâmico, ainda em setembro, e o acusaram de relatar uma fraude terrorista.

O veículo então disse ter encontrado "uma história de deturpações de Chaudhry e nenhuma corroboração de que ele cometeu as atrocidades que descreveu no podcast 'Califado'".

Segundo a publicação, "Califado" deu muito crédito aos "relatos falsos ou exagerados" de um de seus principais personagens e "não atendia aos nossos padrões de precisão".

Dean Baquet, editor executivo do NYT, afirmou que a culpa recai sobre os líderes da Redação, incluindo ele mesmo.

"Quando o 'The New York Times' faz jornalismo profundo, grande e ambicioso em qualquer formato, nós o submetemos a uma enorme quantidade de escrutínio nos níveis superiores da redação", disse ele, em declaração reproduzida pelo NYT.

Apesar das alegações, o jornal não retirou os doze episódios produzidos pelo correspondente Rukmini Callimachi, mas colocou apenas uma nota anexada na página.