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Ataque em escola deixa ao menos 11 mortos na Rússia

Do UOL, em São Paulo*

11/05/2021 07h24

Ao menos 11 pessoas morreram hoje em um ataque a uma escola de Kazan, cidade da região central da Rússia, informaram as agências de notícias Interfax e Ria Novosti. Um dos atiradores foi morto.

Este é o pior tiroteio em uma escola russa desde 2018. Incidentes violentos em estabelecimentos escolares e envolvendo alunos são relativamente raros no país, onde há um controle rígido de armas, mas estão em alta nos últimos anos.

Segundo os serviços de socorro, citados pelas agências Tass e Ria Novosti, nove das onze vítimas eram estudantes. Ao menos 32 pessoas ficaram feridas. Mais de 20 ambulâncias foram enviadas ao local para socorrer as vítimas.

"As forças de segurança prenderam um adolescente, suspeito de ser o autor dos tiros", informou uma fonte policial. Um dirigente do Tartaristão, a república muçulmana da Rússia cuja capital é Kazan, detalhou que o detido tem 19 anos e possui autorização de porte de arma.

A imprensa russa informa que um segundo suspeito, que se escondeu dentro da escola, foi morto pelos policiais que invadiram o local. "Ouvimos uma explosão na escola e vimos muita fumaça", declarou uma testemunha, não identificada, citada pela Ria Novosti. Uma professora, entrevistada pela Tass, confirmou que estava na sala de aula quando ouviu "primeiro uma explosão e depois os tiros".

As autoridades do Tartaristão anunciaram o reforço das medidas de segurança em todas as escolas da cidade. Kazan tem 1,2 milhões de habitantes e fica a cerca de 700 km a leste de Moscou.

Tiroteios precedentes

O tiroteio de Kazan lembra o ocorrido em outubro de 2018. Há três anos, 19 pessoas foram mortas por um estudante do ensino médio em um liceu de Kertch, cidade da península ucraniana da Crimeia, anexada pela Rússia em 2014. Na época, o presidente Vladimir Putin denunciou a "globalização" que influenciou esse tipo de tiroteio, estimando ser um fenômeno proveniente dos Estados Unidos.

A Rússia também viveu um drama em uma escola em novembro de 2019, quando um estudante matou um colega e feriu três, antes de se suicidar, em Blagovechtchensk, pequena cidade do extremo oriente russo, na fronteira com a China.

As autoridades russas garantem que evitaram nos últimos anos dezenas de projetos de ataques contra estabelecimentos escolares, envolvendo principalmente adolescentes. Em fevereiro de 2020, os Serviços de Segurança (FSB) detiveram dois jovens de 15 anos e nacionalidade russa que faziam nas redes sociais apologia à violência a ao suicídio. De acordo com os investigadores, eles planejavam atacar uma escola em Saratov, nas margens do rio Volga.

O país tem também um histórico de tiroteios em instalações militares, envolvendo recrutas que foram vítimas de trote. Em novembro de 2020, três militares foram mortos por um colega na região de Voronej, no Oeste do país, e um ano depois que oito pessoas morreram em uma base militar da Sibéria.

Um tiroteio na sede do FSB de Moscou em dezembro de 2019 continua até hoje sem explicação. O atirador solitário conseguiu matar dois agentes dos serviços de inteligência, antes de ser abatido.

*Com informações das agências AFP e RFI.