Argelino acusado injustamente de causar incêndios é linchado; 36 são presos
Autoridades argelinas detiveram 36 pessoas após terem matado e ateado fogo em um homem injustamente acusado de iniciar incêndios florestais. Os incêndios começaram na segunda-feira (9) e atingiram a região montanhosa de Kabyle, matando pelo menos 47 residentes e 28 soldados, além de destruir plantações de oliveira e gado.
O artista Djamel Ben Ismail, de 38 anos, foi morto por uma multidão na quarta-feira (11) após ser erroneamente identificado como suspeito de iniciar vários dos incêndios quando, na verdade, tinha surgido para ajudar, segundo o chefe da polícia da região.
Mohamed Chagor disse que a multidão estava em "histeria coletiva" quando arrastou Ben Ismail para fora de uma delegacia de polícia, onde ele estava sendo protegido, e o atacou na cidade de Larbaa Nath Irathen, uma vila devastada pelas chamas em Tizi, distrito de Ouzou, na Argélia.
Ele disse que os policiais decidiram não disparar tiros de advertência contra a multidão, pois temiam que isso piorasse a situação.
Entre os presos estavam três mulheres e um homem que esfaqueou o corpo inanimado da vítima antes de ela ser queimada. Segundo a polícia, populares que participaram do linchamento foram vistos tirando selfies ao lado do corpo da vítima.
Ben Ismail foi enterrado no dia seguinte em sua cidade natal, Khemis Miliana, a oeste da capital Kabyle, em Tizi-Ouzou.
"A maioria dos incêndios florestais não representa mais um perigo para os residentes", disse o coronel Farouk Achour, oficial da Proteção Civil, à agência de notícias APS. "Mais de 74 incêndios foram controlados nas últimas 24 horas", afirmou.
Onda de calor e origem criminosa
O presidente argelino, Abdelmadjid Tebboune, disse que as autoridades suspeitam de uma origem criminosa por trás dos incêndios, mesmo admitindo que uma onda incomum de calor no norte da África "faça parte dessa origem".
Meteorologistas informaram que, no momento em que tiveram início os incêndios, a temperatura na região chegou a 45ºC.
Pelo menos 22 pessoas foram presas sob suspeita de incêndio criminoso, disseram as autoridades.
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