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O que diz a bandeira do Taleban, alvo de protestos de oposicionistas

17.ago.2021 - Pessoas se reúnem em torno de uma bandeira do Taleban enquanto esperam por parentes libertados da prisão no Afeganistão após uma "anistia" do Taleban - AFP
17.ago.2021 - Pessoas se reúnem em torno de uma bandeira do Taleban enquanto esperam por parentes libertados da prisão no Afeganistão após uma 'anistia' do Taleban Imagem: AFP

Do UOL, em São Paulo

19/08/2021 17h56

Após a tomada de poder do Taleban no Afeganistão, a bandeira nacional foi substituída pela do grupo, que é branca e traz em seu centro a Shahada — ou Chahada ou Chacado, em português —, que é o primeiro dos cinco pilares do islamismo.

A mensagem escrita na bandeira é "La Illaha Ila Allah Muhamad Rasulu Allah", que significa "não há outra divindade além de Deus, e Muhammad é o mensageiro de Deus".

O Taleban costuma fincar sua bandeira nas cidades em que conquista, demonstrando seu controle sobre o território. Hoje, várias pessoas acabaram mortas após tirarem a bandeira branca e a substituírem pela anterior, em um protesto contra a dominação dos talibãs.

"Nossa bandeira, nossa identidade", gritavam os oposicionistas, acenando com bandeiras nacionais em Cabul. A cena viralizou em um vídeo publicado nas redes sociais.

Quando o Taleban tomou o poder no Afeganistão pela primeira vez, em 1996, a bandeira do grupo também substituiu a do país. Na época, ela era só uma bandeira branca. Depois foi adicionada a Shahada em preto no centro, como é até hoje.

A bandeira do Afeganistão já mudou pelo menos 18 vezes ao longo dos últimos 102 anos, desde que o país se tornou independente do Reino Unido.

Em sua versão mais recente, que estava em vigor desde 2013, a bandeira trazia as já tradicionais cores preto, vermelho e verde, que representam, respectivamente, o passado, o sangue derramado pela liberdade e a prosperidade.

Além disso, a Shahada também constava na bandeira, apesar de com menos destaque do que na bandeira do Taleban. A mensagem do islamismo está nas bandeiras afegãs desde 1992.

A inscrição aparece também em outras bandeiras, como na da Arábia Saudita, na do Hamas, o movimento de resistência palestino, e em uma versão mais resumida na do Estado Islâmico.