Dez pessoas da mesma família morrem após ataque dos EUA; 6 eram crianças
Dez membros de uma família afegã, incluindo seis crianças, foram mortos ontem no ataque aéreo feito por um drone das Forças Armadas dos Estados Unidos contra um carro-bomba operado pelo Estado Islâmico em Cabul, capital do Afeganistão.
Zemaray Ahmadi, 36, foi morto ao lado de seus filhos Zamir, Faisal e Farzad - de 20, 16 e 12 anos, segundo relatos de sua família, citados pelo canal Sky News.
Seis de seus sobrinhos também teriam morrido — um menino e uma menina de 2 anos, meninas de 5 e 7 anos, um menino de 6 anos e um homem de 28 anos.
A família disse que Ahmadi trabalhou para uma organização estrangeira em Cabul por 10 anos como engenheiro técnico.
Em entrevista à BBC, Ramin Yousufi, parente das vítimas, disse que a família era conhecida por seu trabalho de caridade nas últimas duas décadas, e que não eram associados ao Estado Islâmico. "É errado, é um ataque brutal, lamentou ele.
"Por que eles mataram nossa família? Nossas crianças? Eles estão tão queimados que não podemos identificar seus corpos, seus rostos", acrescentou ele, chorando.
O porta-voz do Pentágono, John Kirby, disse hoje que "ninguém quer ver vidas inocentes sendo tiradas" e acrescentou que a morte de civis está sendo "investigada".
"Não se engane, nenhum militar na face da terra trabalha mais para evitar vítimas civis do que os militares dos Estados Unidos, e ninguém quer ver vidas inocentes serem tiradas. Levamos isso muito, muito a sério e quando sabemos que causamos a perda de vidas inocentes na condução de nossas operações, somos transparentes sobre isso."
No entanto, ele defendeu a inteligência sobre "o que acreditávamos ser uma ameaça muito real, muito específica e muito iminente" contra o aeroporto de Cabul e as tropas e civis nas proximidades.
Segundo Kirby, as ameaças contra o aeroporto de Cabul continuam sendo "reais" e "concretas", à medida que os Estados Unidos se aproximam de sua retirada do Afeganistão.
"Agora estamos em um momento particularmente perigoso", disse Kirby à imprensa. "As ameaças continuam sendo reais, estão ativas e, em alguns casos, são muito concretas".
O general do Exército americano Hank Taylor disse que, desde 14 de agosto, mais de 122 mil pessoas foram retiradas de Cabul, incluindo 5.400 americanos.
Os Estados Unidos esperam completar amanhã a retirada de suas tropas do Afeganistão.
Segundo ataque ao EI-K
O ataque de ontem foi o segundo dos EUA contra o EI-K desde que o grupo explodiu duas bombas próximas ao aeroporto de Cabul, na quinta-feira (26).
Mais de cem pessoas morreram na ocasião, incluindo 13 militares americanos. Após o ocorrido, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu caçar os responsáveis.
Na noite de sexta-feira (27), um drone americano atacou a província de Nangahar. Os alvos seriam combatentes do EI-K, que, segundo os Estados Unidos, foram mortos na operação.
Na manhã de ontem, Biden e sua esposa Jill estavam na base militar de Dover, no leste de Washington, com as famílias dos militares mortos quando a notícia do último ataque aéreo foi divulgada.
* Com informações da AFP
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