Procuradoria cobra ações do governo brasileiro sobre crise no Afeganistão
A PFDC (Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão), braço do Ministério Público Federal, publicou uma nota no último sábado em que cobra que o governo brasileiro se posicione urgentemente sobre a crise humanitária no Afeganistão e o acolhimento de refugiados vindos do país.
No documento, o órgão cita dois pedidos de asilo que aconteceram nas últimas semanas e ainda não foram respondidos: o de 400 afegãos perseguidos pelo Talibã e o de 270 juízas, que correriam perigo por terem julgado e condenado membros do grupo extremista.
Segundo o documento, o Brasil tem obrigação de agir, já que é signatário de tratados internacionais de proteção aos migrantes, como o Estatuto dos Refugiados.
Reitera-se, assim, a necessidade de posicionamento urgente do governo brasileiro, tendo em vista que o prazo de retirada do exército estadunidense e de cidadãos afegãos encerrar-se-á no próximo dia 31 de agosto, sendo que após esse período há riscos de que esses indivíduos não mais tenham condições de se deslocar do país diz o texto
A PFDC sugere três medidas:
- uma portaria para definir o procedimento para concessão de visto humanitário e autorização de residência às pessoas afetadas pelo conflito;
- uma estratégia para garantir a reunião de famílias em território brasileiro e
- uma garantia de não-devolução de afegãos que estejam no Brasil, mesmo de forma irregular ou sem documentação.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, fixou em 31 de agosto a data-limite para retirada das tropas norte-americanas do país. O Talibã já alertou que não permitirá extensões.
O Acnur (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados) disse hoje que até 1 milhão de afegãos podem fugir do país até o final do ano.
Milhares estão deixando o Afeganistão desde que o Talibã tomou a capital Cabul, no último dia 15, mas à medida que a operação se aproxima do fim, muitos estão sendo deixados para trás e ficam entregues a um destino incerto sob o comando do grupo islâmico radical.
No comunicado, o Acnur pediu apoio, dizendo que uma "crise maior está só começando" para os 39 milhões de habitantes do país.
O UOL entrou em contato com o Itamaraty e aguarda posicionamento.
*Com Reuters
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.