EUA oferecem compensação a família de afegão morto em ataque com drone
O Pentágono realizou ontem a primeira reunião virtual sobre o possível pagamento de compensação à família de uma das vítimas no ataque aéreo feito por um drone das Forças Armadas dos Estados Unidos em Cabul, que resultou na morte de dez pessoas, em agosto. O ataque foi uma reação do governo americano depois que o grupo terrorista EI-K explodiu duas bombas próximas ao aeroporto da capital do Afeganistão, matando mais de cem pessoas, incluindo 13 militares americanos.
Segundo informou John Kirby, porta-voz do Pentágono, em um comunicado reproduzido pela rede de TV CNN nesta sexta-feira, o governo americano fez a reunião com a família de Zamarai Ahmadi, de 36 anos, morto ao lado de seus filhos Zamir, Faisal e Farzad —de 20, 16 e 12 anos, respectivamente—, segundo relatos de sua família, citados pelo canal Sky News.
A discussão se concentrou no pagamento de uma indenização a sua família e o desejo de se mudar para os Estados Unidos. Kirby disse que nenhum acordo formal foi alcançado por enquanto. Os participantes da reunião incluíram Steven Kwon, o fundador e CEO Nutrition and Education International, para o qual Ahmadi trabalhou, e o subsecretário de Defesa para Políticas Colin Kahl, acrescentou Kirby.
"O Dr. Kahl observou que o ataque foi um erro trágico e que Ahmadi e outros que foram mortos eram vítimas inocentes que não tinham culpa e não eram afiliados ao ISIS-K ou ameaças às forças dos EUA", justificou Kirby.
Além de três filhos, outros seis sobrinhos de Ahmadi também morreram no ataque desastroso promovido pelo governo americano —um menino e uma menina de 2 anos, meninas de 5 e 7 anos, um menino de 6 anos e um homem de 28 anos. A família disse que Ahmadi trabalhou para uma organização estrangeira em Cabul por 10 anos como engenheiro técnico.
Em entrevista à BBC, Ramin Yousufi, parente das vítimas, disse que a família era conhecida por seu trabalho de caridade nas últimas duas décadas, e que não eram associados ao Estado Islâmico. "É errado, é um ataque brutal, lamentou ele.
Inicialmente, o Pentágono defendeu o ataque, dizendo que explosões secundárias como prova de que havia material explosivo no carro de Ahmadi, mesmo quando surgiram relatos locais de que civis inocentes haviam sido mortos. Cerca de três semanas depois, o general Frank McKenzie, líder do Comando Central dos EUA, admitiu que o ataque foi um "erro trágico" após uma investigação das circunstâncias em torno do ataque.
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