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Rússia inicia exercícios navais no Mar de Barents

26.jan.2022 - Navios de guerra da Rússia durante exercícios militares no Mar de Barents - Ministério da Defesa da Rússia/Divulgação via Reuters
26.jan.2022 - Navios de guerra da Rússia durante exercícios militares no Mar de Barents Imagem: Ministério da Defesa da Rússia/Divulgação via Reuters

Do UOL, em São Paulo*

15/02/2022 08h56

Mais de 20 navios da Frota Norte da Rússia iniciaram exercícios militares no Mar de Barents, informou hoje a agência de notícias Interfax.

Os exercícios nas águas árticas entre a Rússia e a Noruega fazem parte de manobras mais amplas que provocaram temores de que Moscou pudesse invadir a Ucrânia. A Rússia nega tais planos.

Os mercados russos subiram fortemente hoje com relatos de que algumas unidades militares russas estavam se retirando de áreas próximas às fronteiras com a Ucrânia.

"As unidades dos distritos militares Sul e Oeste, que já concluíram suas tarefas, começaram a carregar equipamentos para o transporte ferroviário e rodoviário e começarão hoje o retorno para seus quartéis", afirmou o porta-voz do ministério, Igor Konashenkov, citado por agências de notícias russas.

O anúncio é o primeiro sinal de que Moscou está recuando na crise com os países ocidentais, que persiste desde o fim de 2021. O governo não informou quantos soldados estão saindo da fronteira.

O Kremlin confirmou a informação da retirada, ressaltando que é algo "normal" e denunciando, mais uma vez, a "histeria" ocidental diante de uma suposta invasão do país vizinho.

A Rússia enviou desde dezembro mais de 100 mil soldados para a fronteira com a Ucrânia, o que gerou o temor de uma invasão iminente do país.

A Rússia sempre negou a hipótese, mas exige certas garantias para sua segurança, começando pela promessa de que a Ucrânia não será aceita como Estado-membro da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), aliança militar ocidental liderada pelos Estados Unidos, algo que os países ocidentais se negam a conceder.

EUA recomendam que cidadãos deixem Belarus e Moldávia

O Departamento de Estado dos Estados Unidos recomendou que cidadãos norte-americanos deixem imediatamente Belarus e Moldávia após o registro de "atividade militar incomum e preocupante" na região.

A recomendação para cidadãos norte-americanos foi divulgada ontem, mesmo dia em que Washington anunciou o fechamento de sua embaixada em Kiev e a transferência de seu pessoal para a cidade de Lviv, a 335 km de distância, após uma "dramática aceleração" do envio de forças russas.

Os Estados Unidos repetem que a Rússia pode invadir o país vizinho "a qualquer momento".

Entenda a tensão entre Rússia e Ucrânia

O regime de Vladimir Putin reclama de uma eventual adesão de Kiev à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), aliança militar criada para fazer frente à extinta União Soviética.

Para Putin, a Otan é uma ameaça à segurança da Rússia por sua expansão na região. Por isso, o presidente quer uma declaração formal de que a Ucrânia nunca vai se filiar à aliança.

Em contrapartida, os Estados Unidos e países aliados do Ocidente (como o Reino Unido, França e a Alemanha) têm dito repetidas vezes que a Rússia pode invadir a Ucrânia "a qualquer momento" e ameaçam o país com "sanções econômicas severas" e "resposta ágil", caso a invasão ocorra.

Moscou, por sua vez, acusa os países ocidentais —em especial os Estados Unidos— de fazerem "histeria e alarmismo" sobre um ataque russo à Ucrânia, o que, segundo eles, não estaria em seus planos.

A Rússia já anexou a península ucraniana da Crimeia em 2014, o que culminou em sanções econômicas dos EUA e da União Europeia. O país também é acusado de financiar os rebeldes pró-Moscou que controlam as autoproclamadas Repúblicas de Lugansk e Donetsk, na região de Donbass.

* Com AFP e Reuters