Biden condena ataque da Rússia e diz que ação é injustificada
O presidente dos EUA, Joe Biden, condenou a operação militar da Rússia na Ucrânia, não provocada e injustificada, em comunicado da Casa Branca enviado à imprensa no início da madrugada desta quinta-feira (24). Para Biden, o presidente Vladimir Putin escolheu uma "guerra premeditada" e "que trará uma perda catastrófica".
As orações de todo o mundo estão com o povo da Ucrânia esta noite, que sofre um ataque não provocado e injustificado das forças militares russas. O presidente Putin escolheu uma guerra premeditada que trará uma perda catastrófica de vidas e sofrimento humano. A Rússia sozinha é responsável pela morte e destruição que este ataque trará, e os Estados Unidos e seus aliados e parceiros responderão de forma unida e decisiva. O mundo responsabilizará a Rússia. Joe Biden
"Estarei monitorando a situação da Casa Branca esta noite e continuarei recebendo atualizações regulares de minha equipe de segurança nacional. Amanhã, me encontrarei com meus colegas do G7 pela manhã e depois falarei com o povo americano para anunciar as consequências futuras. os Estados Unidos e os nossos Aliados e parceiros irão impor à Rússia este ato desnecessário de agressão contra a Ucrânia e a paz e segurança globais. Também coordenaremos com os nossos aliados da Otan para garantir uma resposta forte e unida que impeça qualquer agressão contra a Aliança. Esta noite, Jill e eu estamos orando pelo corajoso e orgulhoso povo da Ucrânia", completou Biden.
Em um pronunciamento transmitido em cadeia nacional, na noite de hoje, o presidente russo, Vladimir Putin, autorizou a aquilo que definiu como "operação militar especial" da Rússia no leste da Ucrânia e mandou recado para aqueles que tentarem intervir.
Tomei a decisão de conduzir uma operação militar especial. Nossa análise concluiu que nosso confronto com essas forças [ucranianas] é inevitável (...) Algumas palavras para aqueles que seriam tentados a intervir: a Rússia responderá imediatamente e você terá consequências que nunca teve antes em sua história. Vladimir Putin, ao anunciar a operação militar na Ucrânia
Putin descreveu a medida como uma resposta às ameaças ucranianas e disse que visa a "desmilitarização e a desnazificação".
Logo após o discurso, repórteres da rede americana CNN disseram ter ouvido explosões em Kiev, capital da Ucrânia, e em Kharkiv, a segunda maior cidade, localizada no nordeste do país.
O anúncio do presidente russo ocorre no momento em que o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) se reúne em Nova York para denunciar a invasão ao território ucraniano.
A Rússia tem mais de 150 mil soldados, tanques e mísseis posicionados ao longo da fronteira ucraniana. O regime de Vladimir Putin —que, inicialmente, negou a intenção de invasão e acusou americanos de "histeria"— reclama de uma eventual adesão de Kiev à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), aliança militar criada para fazer frente à extinta União Soviética.
Em contrapartida, os Estados Unidos e países aliados do Ocidente (como o Reino Unido, França e a Alemanha) ameaçam o país com "sanções econômicas severas" e "resposta ágil", caso a invasão ocorra.
A Rússia já anexou a península ucraniana da Crimeia em 2014, o que culminou em sanções econômicas dos EUA e da União Europeia. O país também é acusado de financiar os rebeldes pró-Moscou que controlam as autoproclamadas Repúblicas de Lugansk e Donetsk, na região de Donbass.
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