Ucrânia rompe relações diplomáticas com a Rússia e adota lei marcial
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou hoje em um discurso à nação o rompimento das relações diplomáticas com Moscou, no primeiro dia da invasão de seu país pelas Forças Armadas russas.
"Rompemos os laços diplomáticos com a Rússia", declarou, embora as relações tenham continuado mesmo depois que a Rússia anexou a Crimeia em 2014.
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Zelensky também adotou lei marcial em todo o território ucraniano, pedindo para que os cidadãos continuem calmos. A adoção da lei marcial consiste em uma medida que altera as regras de funcionamento de um país, deixando de lado as leis civis e colocando em vigor leis militares.
"Estamos introduzindo a lei marcial em todo o território do nosso país. Há um minuto, tive uma conversa com o presidente Biden. Os EUA já começaram a unir o apoio internacional. Hoje cada um de vocês deve manter a calma. Fique em casa se puder. Nós estamos trabalhando. O exército está trabalhando. Todo o setor de defesa e segurança está funcionando. Sem pânico. Nós somos fortes. Estamos prontos para tudo. Vamos vencer todos porque somos a Ucrânia", diz o comunicado do presidente ucraniano.
Mais cedo, o presidente disse que tentou fazer uma ligação para conversar com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, mas não teve sucesso.
Em entrevista coletiva concedida ontem, Zelensky disse que já cogitava romper as relações diplomáticas com a Rússia. "Recebi um pedido do Ministério das Relações Exteriores a respeito e estou examinando a possibilidade", afirmou.
A declaração recebeu resposta da Rússia. "O rompimento das relações diplomáticas seria um cenário extremamente indesejável, o que só tornaria tudo ainda mais difícil não só para os estados, mas também para seus povos", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em registro da agência russa de notícias TASS.
O presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu na segunda-feira (21) a independência da República Popular de Donetsk e da República Popular de Lugansk, ambas no leste da Ucrânia. O leste do país está em guerra desde 2014, quando, após a derrubada de um presidente pró-Moscou do poder em Kiev, ocorreu a anexação da península ucraniana da Crimeia pelos russos e, em seguida, o início dos conflitos entre separatistas pró-Russia e as forças militares da Ucrânia.
Horas após o reconhecimento de independência, Putin deu ordens para soldados russos adentrarem o território das duas repúblicas reconhecidas por Moscou, com a justificativa de estar apoiando Estados aliados com uma "missão de manutenção de paz".
Durante a noite de ontem (no horário de Brasília), várias cidades ucranianas foram bombardeadas, entre elas a capital Kiev. A população da Ucrânia começou a se dirigir a estações de metrô que funcionam como bunkers contra bombas. Os principais corredores para deixar as cidades do país também ficaram lotadas e há postos de gasolina que não possuem mais combustível para vender.
* Com informações da AFP
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