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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Mais de 50 mil refugiados deixaram a Ucrânia em menos de 48 horas, diz ONU

Colaboração para o UOL*

25/02/2022 10h44Atualizada em 25/02/2022 14h32

Mais de 50 mil refugiados deixaram a Ucrânia em menos de 48 horas, informou hoje o alto comissário para refugiados da ONU (Organização das Nações Unidas), Filippo Grandi, em uma publicação nas redes sociais. Segundo o diplomata, a maioria dessas pessoas se dirigiu para a Polônia e a Moldávia.

Na publicação, Grandi ainda agradeceu os países vizinhos à Ucrânia que estão com suas fronteiras abertas em meio aos sucessivos ataques da Rússia. "Agradecimentos sinceros aos governos e povos dos países que mantêm suas fronteiras abertas e acolhem os refugiados", escreveu o alto comissário da ONU.

Campo de refugiados montado na Moldávia para receber fugitivos da guerra na Ucrânia - Reprodução/Twitter/@sandumaiamd - Reprodução/Twitter/@sandumaiamd
Campo de refugiados montado na Moldávia para receber fugitivos da guerra na Ucrânia
Imagem: Reprodução/Twitter/@sandumaiamd

De acordo com o porta-voz de coordenação de serviços especiais da Polônia, Stanislaw Zaryn, a Polônia já recebeu 29 mil pessoas vindas da Ucrânia após o início da ofensiva russa. Cerca de metade deles são fugitivos da guerra.

"São pessoas que devem ser consideradas refugiados de guerra. Essas pessoas serão aceitas na Polônia de acordo com todos os procedimentos", disse ele a uma emissora polonesa, segundo a CNN.

"Esperamos constantemente que a escala da resistência ucraniana e a reação do mundo sejam tão significativas e bem conduzidas que a Rússia consiga parar, mas se falhar, a Polônia desenvolveu mecanismos para receber aquelas pessoas que fogem da Ucrânia" completou Zaryn.

Mapa Ucrania - Arte/ UOL - Arte/ UOL
Imagem: Arte/ UOL

Ucranianos percorrem mais de 69 km

Segundo o jornal britânico Express and Star, refugiados estão percorrendo mais de 69 km para fugir da Ucrânia. Uma dessas pessoas é Manny Marotta, 25, que fazia parte de um grupo determinado a chegar à fronteira polonesa de Lviv, no oeste da Ucrânia. Ele viu crianças "arrastadas para fora da cama" e famílias separadas enquanto homens ucranianos eram recrutados.

"Comecei a ver essas cenas surreais de pais dizendo: 'Não quero deixar minha família', e soldados ucranianos puxando-os para longe... As mães protestavam, gritavam: 'Por que você está fazendo isso?'", conta Marotta.

A Ucrânia anunciou ontem que homens de 18 a 60 anos estão proibidos de deixar o país em meio ao avanço militar da Rússia na região. Mais de uma centena de pessoas morreram, inclusive crianças, no primeiro dia do conflito na Ucrânia.

Segundo nota divulgada pelo Serviço de Guarda de Fronteiras, a medida tem respaldo na lei marcial, que entrou em vigor na Ucrânia ontem. A adoção da lei marcial consiste em uma medida que altera as regras de funcionamento de um país, deixando de lado as leis civis e colocando em vigor leis militares.

Polônia tem maior comunidade ucraniana

A Polônia tem a maior comunidade ucraniana da região, com cerca de 1 milhão de pessoas, as autoridades disseram que o tempo de espera para cruzar a fronteira variava de 6 a 12 horas em alguns lugares.

Em Medyka, no sul da Polônia, a cerca de 85 km de Lviv, no oeste da Ucrânia, as estradas estavam cheias de carros, policiais orientando o trânsito e pessoas abraçando entes queridos depois que chegaram ao lado polonês. Um site de mapas na internet mostrou um terço do caminho congestionado com tráfego intenso.

Marta Buach, 30, de Lviv, disse que seu marido não teve permissão para cruzar a fronteira com ela. "Em Lviv está tudo bem, mas em outras cidades é realmente uma catástrofe. Kiev foi bombardeada, outras pequenas cidades foram bombardeadas, ouvíamos bombardeios em todos os lugares."

O vice-ministro do Interior da Polônia, Pawe Szefernaker, afirmou que os motoristas de ônibus ucranianos não podem atravessar a fronteira porque os homens em idade de alistamento estão sendo retidos na Ucrânia.

4 milhões de pessoas podem fugir da Ucrânia

O Alto Comissariado da ONU (Organização das Nações Unidas) para Refugiados alertou que, se a guerra na Ucrânia continuar, um total de 4 milhões de pessoas poderão fugir e buscar refúgio nos países da região. O alerta é feito num momento em que ataques se aproximam das grandes cidades da Ucrânia, enquanto famílias inteiras tentam chegar às fronteiras.

De acordo com a entidade, isso significa que quase 10% da população de um país de 44 milhões de habitantes seria afetada. A ONU ainda denuncia o governo da Rússia por "violar o direito internacional" e tomar ações que "ameaçam o direito à vida".

"Estamos registrando um movimento substancial de pessoas pelo país", disse uma porta-voz do Acnur. Segundo ela, 100 mil pessoas já deixaram suas casas e são vítimas de deslocamentos internos.

Mais de 130 cidadãos da Ucrânia mortos

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, anunciou nesta sexta-feira (25, noite de quinta-feira no Brasil) a morte de pelo menos 137 cidadãos ucranianos no primeiro dia da invasão russa ao país.

"137 heróis, nossos cidadãos" perderam a vida, disse o presidente em um vídeo publicado no site do governo, acrescentando que outros 316 ucranianos ficaram feridos nos combates.

Na madrugada de ontem, o presidente russo, Vladimir Putin, deu sinal verde para o que definiu como "operação militar especial" contra a Ucrânia. O governo ucraniano diz que a ação é uma "invasão total".

*Com informações da Reuters

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que informava a matéria em sua primeira versão, os refugiados ucranianos percorrem 69 km para chegar a Polônia, e não 69 mil km. A informação foi corrigida.