Topo

Guerra da Rússia-Ucrânia

Notícias do conflito entre Rússia e Ucrânia


Esse conteúdo é antigo

Rússia ataca Kiev por diferentes frentes; Ucrânia contabiliza 198 mortos

Do UOL, em São Paulo

26/02/2022 02h35

No terceiro dia da invasão da Rússia à Ucrânia, o presidente russo, Vladimir Putin, tenta fechar o cerco a Kiev, capital ucraniana, com novos ataques nos arredores da cidade. Houve registros de tiros nas regiões próximas à sede do governo ucraniano durante a madrugada e, segundo a CNN, disparos voltaram a ser ouvidos hoje no local.

De acordo com a última atualização do Ministério da Saúde da Ucrânia, 198 pessoas já foram mortas desde o início da ofensiva russa, entre elas três crianças. Já os feridos são 1.115, mas o comunicado não é claro se se trata apenas de civis ou também de militares.

O Serviço de Inteligência do Reino Unido informou hoje que as tropas da Rússia estão a cerca de 30 quilômetros do centro de Kiev. Mas, em pronunciamento, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse que as forças de segurança da Ucrânia ainda controlam a capital. Segundo ele, os militares ucranianos estão resistindo às ofensivas russas "com sucesso" e "vão vencer" a guerra.

Em uma das publicações que fez no Twitter para pedir apoio à comunidade internacional, o presidente ucraniano escreveu que o país tem mais de 100 mil "invasores".

O prefeito de Kiev, Vitaliy Klychko, ampliou o toque de recolher noturno na cidade para o período das 18h às 7h. Antes, o horário era das 22h às 7h. "Todos os civis que estiverem na rua durante o toque de recolher serão considerados membros dos grupos de sabotagem e reconhecimento do inimigo", escreveu o prefeito no Twitter.

Mais cedo, em mensagem publicada no Facebook, o exército ucraniano informou que eles conseguiram conter o ataque dos russos a uma de suas posições na avenida da Vitória, um dos principais corredores de Kiev. "O ataque foi repelido", afirmaram os militares, sem dar mais detalhes sobre o local exato dos combates.

Pouco antes dos ataques começarem, o presidente Zelensky, alertou que esta noite seria difícil, já que a Rússia tentaria invadir Kiev. Durante toda a madrugada foram ouvidos explosões e tiroteios em diferentes pontos da capital. Também houve registros de carros incendiados.

Além da capital da Ucrânia, as cidades de Sumy, Poltava e Mariupol também são alvos dos russos. Conforme o assessor da presidência, Mykhailo Podolyak, há "uma disputa pesada acontecendo próximo a Mariupol, mas não há chances de a cidade se render ou ser tomada".

Mapa Rússia invade a Ucrânia - 26.02.2022 - Arte UOL - Arte UOL
Imagem: Arte UOL

Explosões, tiros e brigas marcam noite de invasão a Kiev

Durante a madrugada, cinco explosões foram confirmadas pelo prefeito de Kiev, Vitali Klitschko e ataques parecidos foram reportados nos arredores da capital da Ucrânia.

Segundo a imprensa local, a prefeitura de Kiev alertou os moradores que há combates ocorrendo entre russos e ucranianos nas ruas da cidade e recomendou que fiquem em abrigos antibomba. "Pedimos a todos que permaneçam calmos e tenham o máximo de cautela. Se você está em um abrigo antibomba, não saia", orientou a prefeitura.

Prédio residencial atingido

Hoje mais cedo, o serviço de emergência da Ucrânia informou que um míssil da Rússia atingiu um prédio residencial. Uma equipe de bombeiros foi acionada para atender os feridos. Não houve mortos. O prefeito de Kiev, Vitaliy Klychko, no entanto, disse que 35 pessoas ficaram feridas durante a madrugada.

O Ministério da Defesa da Rússia confirmou que lançou ataques com mísseis, mas disse que visava exclusivamente a infraestrutura militar da Ucrânia. "Durante a noite, as Forças Armadas da Federação Russa lançaram um ataque com armas de precisão de longo alcance usando mísseis de cruzeiro lançados por ar e mar contra instalações de infraestrutura militar ucraniana", disse o major-general Igor Konashenkov em um comunicado em vídeo.

"Enfatizo mais uma vez que os disparos são direcionados apenas aos objetos da infraestrutura militar das Forças Armadas da Ucrânia, excluindo danos à infraestrutura residencial e social", completou o militar.

Não baixaremos as armas, diz presidente ucraniano

Em um vídeo publicado nas redes sociais, o presidente ucraniano Zelensky disse que "nós não baixaremos as armas". "Há muitas informações falsas dizendo que eu ordenei que o exército ucraniano se rendesse. Então, ouça: Eu estou aqui. Não vamos baixar nossas armas, vamos proteger nosso país. Nossas armas são nossa verdade. Este é nosso país, são nossos filhos e vamos protegê-los", afirmou o mandatário.

Em comunicado enviado à população por mensagens instantâneas e também por publicação nas redes sociais, o Ministério do Interior ucraniano disse que "intensos combates estão acontecendo" em Kiev, e orientou que moradores "permaneçam calmos e sejam cuidadosos".

Avião russo caiu, diz ex-embaixador

No Twitter, o ex-embaixador da Ucrânia na Áustria, Olexander Scherba, informou que um avião de carga russo caiu em Vasylkiv, próximo a Kiev, e deixou "muitos invasores mortos". O diplomata celebrou o que chamou de "implantação frustrada" de seus oponentes e afirmou que um tiroteio no bairro em que mora havia parado.

"O sol já está alto em Kiev. O tiroteio no meu bairro parou. Posso ouvir o som dos pássaros. Parece o fim de um filme de vampiros. Algo me diz que esta noite foi importante. E o inimigo se lembrará dela", escreveu.

EUA quer evitar que Zelensky seja capturado

O governo dos Estados Unidos afirmou que está preparado para ajudar Zelensky a deixar a Ucrânia e evitar que ele seja capturado ou morto pelas forças russas. A informação é do jornal americano The Washington Post, que ouviu fontes da Ucrânia e dos Estados Unidos.

Especialistas ouvido pelo UOL apontaram três cenários possíveis para o destino de Zelensky: fuga para um país aliado, captura pelos russos —que historicamente já mantiveram governantes de nações anexadas — e a morte no confronto.