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Guerra da Rússia-Ucrânia

Notícias do conflito entre Rússia e Ucrânia


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Delegações de Ucrânia e Rússia devem se encontrar em Belarus nesta segunda

Do UOL e colaboração para o UOL, em São Paulo*

27/02/2022 10h58Atualizada em 27/02/2022 17h18

O governo da Ucrânia informou hoje que concordou em ir até a fronteira do país com Belarus para negociar um possível cessar-fogo com a Rússia. Segundo o vice-ministro do interior da Ucrânia, Eygeny Yenin, o encontro será realizado na manhã desta segunda-feira, no horário local, madrugada no Brasil.

"Eu realmente não acredito no resultado dessa reunião, mas, deixe que eles tentem, para que mais tarde nenhum cidadão da Ucrânia tenha qualquer dúvida de que eu, como presidente, tentei parar a guerra, quando houve chance, mesmo que pequena", disse presidente ucraniano Volodimir Zelensky.

O anúncio aconteceu poucas horas depois de o presidente ucraniano criticar a escolha por Minsk, capital bielorrussa, para sediar o encontro entre as partes, e uma hora e meia após o fim do prazo dado pela Rússia para a Ucrânia definir de aceitava as condições impostas.

Segundo comunicado do Ministério da Defesa ucraniano, houve acordo para que as delegações se encontrem "sem condições prévias, na fronteira entre Ucrânia e Belarus, nas proximidades do rio Pripvat.

Segundo o governo da Ucrânia, o ditador de Belarus, Aleksander Lukashenko, "assumiu a responsabilidade de garantir que todos os aviões, helicópteros e mísseis que estão em território bielorrusso permanecerão no solo durante a viagem, a reunião e o retorno da delegação ucraniana."

A guerra entre Rússia e Ucrânia chegou hoje ao quarto dia, com russos avançando sobre Kharkiv, a segunda maior cidade ucraniana. Belarus teve um papel importante no início da guerra, que, segundo a Ucrânia, tem o apoio do governo bielorrusso. Lukashenko nega, apesar de 30 mil soldados russos terem partido de Belarus para invadir a Ucrânia.

Por volta das 9h20 (horário local, 4h20 em Brasília), a Ucrânia anunciou ter interceptado um míssil lançado de Belarus em direção Kiev.

"Há alguns minutos, a Força Aérea da Ucrânia derrubou um míssil lançado por um TU-22 [modelo de avião bombardeiro] contra Kiev, vindo do território de Belarus. É mais um crime de guerra cometido contra a Ucrânia e seu povo", publicou Oleg Nikolenko, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores ucraniano.

Falas de Zelensky

Mais cedo, o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, já havia se colocado à disposição para negociar um cessar-fogo com representantes da Rússia, mas rejeitou encontrá-los em Minsk. Ele criticou o fato de Belarus ter sido escolhida pelos russos, não pelos ucranianos, segundo divulgado pela emissora norte-americana CNN.

"Ouvimos muitas conversas sobre um possível encontro entre Ucrânia e Rússia que pode acabar com esta guerra e trazer a paz de volta a nós. Minsk tem sido frequentemente citada como o lugar para essas negociações. Mas o local não foi escolhido nem pela Ucrânia nem por Belarus. Foi escolhido pela liderança russa", disse Zelensky em pronunciamento publicado no site da Presidência.

É claro que queremos a paz e queremos nos encontrar. Nós queremos acabar com a guerra. Varsóvia [Polônia], Bratislava [Eslováquia], Istambul [Turquia] e Baku [Azerbaijão] foram oferecidas à Rússia. Qualquer outra cidade seria boa para nós, contanto que não estejam sendo lançados mísseis deste país.
Volodimir Zelensky, em pronunciamento

Desconfiança britânica

A Secretária de Estado do Reino Unido, Liz Truss, disse hoje (27) que não confia nos "esforços" da Rússia pela negociação com a Ucrânia.

"Se os russos estão realmente comprometidos com as negociações, eles precisam retirar seus soldados da Ucrânia", declarou Truss à Sky News. "Eles não podem negociar com uma arma na cabeça dos ucranianos. Então, francamente, eu não confio nesses supostos esforços pela negociação."

Mapa Rússia invade a Ucrânia - 26.02.2022 - Arte UOL - Arte UOL
Imagem: Arte UOL

Espaço aéreo fechado

A União Europeia anunciou hoje (27) o fechamento do espaço aéreo para a Rússia. A medida é válida para aeronaves do governo, empresas aéreas e jatos particulares.

Essa é uma das sanções para que o governo russo encerre a guerra contra a Ucrânia. Segunda a agência ANSA, os 27 Estados-membros fecharão o espaço aéreo para aviões da Rússia. Países europeus como Alemanha, Itália e França, além do Canadá já tomaram essa medida.

Essa é uma das sanções anunciadas pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen para pressionar o presidente russo Vladimir Putin a encerrar a guerra e retirar as suas tropas do território ucraniano.

Kiev cercada

O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, afirmou que a capital ucraniana está cercada. Segundo o político, a Ucrânia está "à beira de uma catástrofe humanitária", disse ele à agência de notícias Associated Press.

Klitschko informou que a saída dos civis na cidade se tornou impossível "porque todos os caminhos estão bloqueados". Nos últimos dias, cenas das estradas que ligam a capital Kiev com o resto do país completamente paradas por conta do excesso de carros correram o mundo.

O prefeito liberou as autoridades de Kiev para caçarem "sabotadores" pelas ruas da cidade. Ainda de acordo com ele, a infraestrutura básica para a população civil ainda está funcionando, mas o abastecimento de produtos foi cortado pelos russos.

Satélite dos EUA flagra tropas russas próximas a Kiev

Imagens de satélite de hoje (27) mostram tropas russas se aproximando de Kiev, capital da Ucrânia. As fotos divulgadas pela Maxar Technologies exibem um comboio se estendendo por mais de cinco quilômetros em uma estrada.

Informações de veículos internacionais apontam que as forças que se aproximam de Kiev incluem também veículos de abastecimento. Hoje é o quarto dia de invasão russa nas cidades ucranianas.

Comboio russo se estende por mais de cinco quilômetros em estrada próxima de Kiev - Maxar Technologies/Divulgação/Reuters - Maxar Technologies/Divulgação/Reuters
Comboio russo se estende por mais de cinco quilômetros em estrada próxima de Kiev
Imagem: Maxar Technologies/Divulgação/Reuters

(*Com AFP e ANSA)