'Não é uma invasão, é um genocídio a que estamos assistindo', diz ucraniana
Em entrevista ao canal GloboNews, a professora ucraniana Olga Tarnovska falou hoje sobre a situação da população civil que segue na Ucrânia, sob ataque da Rússia desde 24 de fevereiro.
"Não é uma invasão, é um genocídio a que estamos assistindo ao vivo", diz Olga, que vive em uma cidade próxima à capital Kiev.
"O exército russo não pode chegar a Kiev por terra. Todos os acessos estão protegidos. Eles [russos] não podem ganhar a guerra contra nosso exército, eles podem somente destruir nossas cidades e nossa população", continua Olga.
A irmã e dois sobrinhos de Olga, um homem e uma mulher, seguem na capital, alvo frequente de bombardeios russos. Dentre eles, mãe e filha planejam sair da cidade. Já homens adultos não podem deixar a Ucrânia. Espontaneamente, a população civil do país tem se armado para ajudar o exército a conter o avanço russo.
"[Meu sobrinho] de 21 anos já está na barricada, já está lutando contra o inimigo russo. Estou muito preocupada, ele nunca teve um fuzil, nem sabe usá-lo, mas ele resolveu fazer alguma coisa. Precisamos todos fazer alguma coisa por nosso país", relata Olga.
Olga descreveu a rotina dos ucranianos para se proteger dos ataques e realizar tarefas básicas do dia-a-dia. Segundo ela, o governo ucraniano liberou saques de dinheiros diretamente em supermercados. Ainda não há desabastecimento de produtos de primeira necessidade.
Ao soarem alertas sobre ataques russos, a população civil busca locais para se proteger. A irmã de Olga, por exemplo, não dispõe de um local subterrâneo seguro contra bombas, por isso se abriga junto com a filha no banheiro de casa.
Já a mãe de Olga tem preferido passar a noite em um sótão coletivo no bairro, porque tem medo de não conseguir correr, por causa da idade, em caso de necessidade imediata.
Estações de metrô de Kiev, muito profundas, também são usadas como abrigo coletivo contra os bombardeios da Rússia.
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