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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Sem água e comida: ONG relata 'condições terríveis' em Mariupol, na Ucrânia

03.mar.22 - Incêndio é visto em Mariupol em uma área residencial após bombardeio em meio à invasão russa na Ucrânia - @AYBURLACHENKO/via REUTERS
03.mar.22 - Incêndio é visto em Mariupol em uma área residencial após bombardeio em meio à invasão russa na Ucrânia Imagem: @AYBURLACHENKO/via REUTERS

Do UOL, em Brasília

05/03/2022 13h50Atualizada em 05/03/2022 13h58

A organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras relatou que moradores de Mariupol, na Ucrânia, estão vivendo em "condições terríveis", sem água, comida, energia e remédios, por exemplo.

A cidade de Mariupol está situada a 55 km da fronteira russa e é, no momento, a maior cidade ainda sob controle do governo ucraniano na região de Donbass, que inclui as áreas separatistas de Donetsk e Lugansk, parte delas já controlada por rebeldes pró-Rússia. O controle de Mariupol permitiria uma continuidade territorial entre a península de Crimeia, Donetsk e Lugansk.

Segundo a Médicos Sem Fronteiras, um membro da organização afirmou ter sido necessário coletar neve e água da chuva ontem para ter alguma água passível de ser utilizada. De acordo com o depoimento, o membro tentou pegar água distribuída de graça hoje, mas a fila estava imensa. Também disse que queria pegar pão que está sendo distribuído, mas os horários e lugares da ação não estão claros.

O membro, não identificado pela Médicos Sem Fronteiras, relatou que a situação tem sido semelhante nos últimos dias, com "bombardeios mais fortes e próximos".

"Segundo pessoas relataram, várias mercearias foram destruídas por mísseis e as mercadorias restantes foram levadas por pessoas em desespero."

O membro da entidade disse ainda que não há energia, aquecimento, conexão de celular e remédios nas farmácias. Acrescentou também que "ninguém ouviu nada sobre alguma evacuação".

Segundo a Médicos Sem Fronteiras, vários membros da entidade estão em Mariupol com as respectivas famílias.

Apesar de um anúncio de cessar-fogo e corredor humanitário para a evacuação de civis de Mariupol pelo governo da Rússia, as autoridades ucranianas afirmam ter dificuldades para realizar a operação devido à continuidade de bombardeios por forças russas.

O governo russo, por sua vez, acusa que "unidades de combate neo-nazistas" em Mariupol estariam barrando a saída de civis para usá-los como escudos humanos contra os militares comandados por Vladimir Putin na região.

A diretora de operações da Médicos Sem Fronteiras, Christine Jamet, pediu que rotas seguras sejam estabelecidas para que civis possam sair de Mariupol, incluindo os membros da entidade com suas famílias.

"Civis não podem ficar presos numa zona de guerra. Pessoas que buscam segurança devem poder fazê-la, sem medo de violência."

Mapa Rússia invade a Ucrânia - 26.02.2022 - Arte UOL - Arte UOL
Imagem: Arte UOL

Apesar do anúncio pela Rússia de um corredor humanitário também na cidade de Volnovakha, na Ucrânia, somente cerca de 400 moradores do local e de cidades vizinhas conseguiram ser evacuados hoje, segundo o chefe da Administração Militar Regional de Donetsk, Pavlo Kirilenko.

A expectativa inicial do governo ucraniano era de que 15 mil pessoas fossem evacuadas de Volnovakha. As autoridades ucranianas também acusam as forças russas de não cumprirem com o acordo de suspenderem os bombardeios na região para a retirada de civis.