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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Rússia prende mais de 4 mil pessoas em protestos contra guerra na Ucrânia

6.mar.2022 - Policiais russos prendem manifestante em ato contra guerra na Ucrânia  - Reprodução/Twitter/@HannaLiubakova
6.mar.2022 - Policiais russos prendem manifestante em ato contra guerra na Ucrânia Imagem: Reprodução/Twitter/@HannaLiubakova

Do UOL e colaboração para o UOL, em São Paulo*

06/03/2022 10h03Atualizada em 06/03/2022 14h45

Ao menos 4.300 pessoas foram detidas hoje por participação em protestos contra a invasão à Ucrânia em várias localidades da Rússia, informou a ONG OVD-Info, que monitora as manifestações no país, e a jornalista Hanna Liubakova, baseado em informações do Ministério do Interior russo.

De acordo com a organização, quase 15 mil manifestantes foram detidos na Rússia desde 24 de fevereiro, quando começou o conflito.

Apesar das intimidações das autoridades e da ameaça de penas de prisão, protestos - limitados - foram organizados todos os dias da última semana em diversas cidades do país.

Vários ativistas e ONGs publicaram vídeos nas redes sociais que mostram detenções brutais, com agressões.

A ativista Elena Osipova, sobrevivente do Cerco a Leningrado, ação realizada pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, foi detida na última quinta-feira (3) pela polícia, em São Petersburgo.

Elena levava consigo dois cartazes que pediam a paz na Ucrânia e o fim das armas nucleares no mundo. A idosa foi presa por dois policiais de choque, no centro da cidade, e levada no camburão.

O líder opositor Alexei Navalny - que está preso - convocou os russos a sair às ruas todos os dias para pedir a paz, apesar da pressão do governo.

Em Moscou, ao menos 560 pessoas foram detidas hoje, informou a OVD-Info, incluindo um diretor da ONG Mémorial, Oleg Orlov, e a conhecida ativista Svetlana Gannushkina.

A OVD-Info também relatou pelo menos 279 pessoas detidas em São Petersburgo.

Para dissuadir qualquer crítica, as autoridades russas aprovaram uma nova lei na sexta-feira que reprime "informações falsas" sobre as atividades do exército russo na Ucrânia. De acordo com o texto, as penas variam de multa a 15 anos de prisão.

As pessoas que protestam contra a presença militar russa na Ucrânia estão sistematicamente expostas a multas, de acordo com um novo artigo do código administrativo que proíbe ações públicas que "desacreditem as Forças Armadas".

Ontem, milhares de pessoas protestaram em Londres, Paris, Roma e Zurique para pedir o fim da guerra na Ucrânia.

A invasão da Rússia à Ucrânia chegou hoje ao 11º dia, com a retirada de civis da cidade de Mariupol falhando pelo segundo dia consecutivo após a Ucrânia afirmar que militares da Rússia continuam a bombardear áreas que deveriam ser seguras.

O único ponto para a evacuação de civis que tentavam sair do distrito de Irpin, no oeste de Kiev, na capital da Ucrânia, sofreu um bombardeio durante a manhã. A cidade de Irpin está sob intenso bombardeio hoje enquanto as forças russas se aproximam da capital.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) informou que a Rússia realizou pelo menos quatro ataques contra hospitais, profissionais de saúde e pacientes na Ucrânia desde o início do conflito. Os ataques deixaram pelo menos seis mortos e 11 feridos.

*Com AFP e Ansa