Tropas russas avançam em direção a Kiev e matam ao menos 8 civis no caminho
Tropas russas se aproximam de Kiev neste domingo (6), em um avanço marcado por confrontos, bombardeios e mortes de civis. A cidade de Irpin, a apenas 25 quilômetros de distância da capital ucraniana e único ponto de evacuação de civis a oeste de Kiev, está sob intenso bombardeio. Ao menos oito civis morreram com os ataques.
As informações são da CNN Internacional, Reuters, Sky News e AP Dow Jones, além de agências noticiosas atribuídas a membros do governo ucraniano.
O exército russo impiedosamente continua a disparar em todos os bairros. Um número significativo de moradores ainda está em porões. Durante a evacuação, os russos abriram fogo de morteiro contra as pessoas. Pelo menos três pessoas morreram no bombardeio, incluindo duas crianças.
Governo da Ucrânia através de mensagem no Telegram no final da manhã (horário de Brasília)
No início da tarde de domingo (horário de Brasília), o governo ucraniano afirmou que ao menos quatro vítimas foram mortas baleadas por ocupantes russos durante a evacuação de Irpin.
"Todos morreram: mãe, pai, duas crianças. A única coisa que esta família fez foi fugir da guerra. O inimigo não lhes deu nenhuma chance. Os ocupantes viram quem estava sendo baleado."
Jornalistas que faziam gravações no local avistaram o que parecia ser um projétil de artilharia atingindo o solo do ponto de evacuação. Na ocasião havia um fluxo de moradores passando pelo ponto de evacuação e controle na região.
Moradores assustados foram vistos se jogando no chão e correndo de Irpin depois que casas ficaram em chamas ao serem atingidas por ataques de mísseis.
Grupos da mídia que estavam na região, como a Radio Free Europe/Radio Liberty, afirmaram inicialmente que ao menos três civis morreram, incluindo duas crianças, em razão do bombardeio no local.
Oleksiy Arestovych, conselheiro do Gabinete do Presidente ucraniano (Volodymyr Zelensky), declarou que tropas russas entraram nas cidades de Hostomel e Bucha ontem (5).
"Eles feriram muitas crianças e não permitem evacuá-las, apesar dos inúmeros apelos no mais alto nível do estado para fornecer um 'corredor humanitário' de Bucha e Irpin. Há muitas crianças nos porões", disse.
"Há porões onde 70 crianças estão sentadas agora e não estão sendo liberadas. Esta é uma catástrofe tanto do ponto de vista humanitário quanto, acima de tudo, do ponto de vista moral", afirmou Arestovych. Ele complementou dizendo que a questão está sendo discutida "no mais alto nível com as instituições humanitárias internacionais".
Rússia intensifica ataques em Mariupol
Após uma tentativa frustrada de retirar civis de Mariupol, na região portuária ao leste da Ucrânia, a Rússia intensificou os bombardeios contra a cidade nesta madrugada. Segundo autoridades locais, há ataques contra áreas residenciais e é "impossível contar o número de civis mortos".
A segunda maior cidade da Ucrânia, Kharkiv, também registrou uma série de explosões nesta noite, informou a mídia local.
As Forças Armadas da Ucrânia dizem estar planejando várias operações defensivas hoje, inclusive na parte leste de Donetsk e na cidade de Chernihiv.
Prefeito diz que Rússia intensificou bombardeios em Mariupol
O prefeito de Mariupol, Vadym Boychenko, disse que o Exército russo intensificou os ataques contra a cidade. Neste sábado (5) um corredor humanitário foi autorizado pelo Kremlin para a retirada de civis, porém a prefeitura diz que o cessar-fogo não foi respeitado, com bombardeios registrados em Mariupol e em seus arredores.
"A cidade está em um estado de sítio muito, muito difícil", disse Vadym Boychenko a uma TV ucraniana. "O bombardeio implacável de quarteirões residenciais está em andamento, os aviões estão lançando bombas em áreas residenciais".
O prefeito acrescentou que milhares de crianças, mulheres e idosos foram atacados quando se aproximaram da área onde seria feito um corredor humanitário. Segundo ele, é impossível contar o número de civis mortos em Mariupol desde o início da invasão russa.
Cidade de Mariupol anuncia novo cessar-fogo para retirada de civis
A Prefeitura de Mariupol, na região portuária ao leste da Ucrânia, anunciou hoje que um novo cessar-fogo foi negociado com a Rússia para a retirada de civis por um corredor humanitário. A evacuação está prevista para acontecer às 12h do horário local (7h no horário de Brasília).
Os corredores humanitários são áreas consideradas seguras, pelas quais civis poderão escapar. Um primeiro acordo de cessar-fogo para a retirada de idosos, mulheres, crianças e feridos foi autorizado ontem pelo Kremlin, mas autoridades ucranianas dizem que a Rússia não interrompeu bombardeios contra a cidade e arredores, impossibilitando a operação de retirada.
Segundo o chefe da Administração Militar Regional de Donetsk, Pavlo Kirilenko, o novo cessar-fogo terá duração de 11 horas, das 10h às 21h no horário local (ou das 5h às 16h em Brasília).
Moradores de Volnovakha também serão retirados da cidade por um corredor humanitário, confirmou Eduard Basurin, vice-chefe da chamada Milícia Popular da República Popular de Donetsk. A informação é da agência russa TASS.
O governo da Ucrânia prevê a retirada de 15 mil pessoas de Volnovakha e de 200 mil pessoas em Mariupol, uma cidade de 450 mil habitantes.
A situação na cidade é difícil, mas controlada, diz Kiev
O primeiro vice-presidente da Administração Estatal da Cidade de Kiev, Nikolay Povoroznyk, declarou que a situação em Kiev neste domingo (6) está "pacífica" até o momento, apesar dos bombardeios em Irpin.
Segundo o site oficial de Kiev, Povoroznyk declarou que a situação na cidade está difícil, mas controlada.
"Às 07:00 [da manhã, no horário local] terminou o toque de recolher, começaram a funcionar as lojas onde se pode comprar produtos de primeira necessidade. Há também farmácias, pet shops e farmácias para animais de estimação [em funcionamento]", disse.
Povoroznyk ainda disse para os motoristas da capital não usarem transporte público e pediu a ajuda de voluntários.
"A Sede Humanitária continua operando na cidade. Continuamos a estocar alimentos — também precisamos de voluntários hoje. Além disso, precisamos de farmacêuticos voluntários para trabalhar com lotes de medicamentos que chegam a Kiev", disse o primeiro vice-chefe da Administração Estatal da Cidade de Kiev.
*Com informações de Beatriz Gomes, em colaboração para o UOL, em São Paulo
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