NYT retira correspondentes da Rússia pela primeira vez em um século
O jornal norte-americano The New York Times anunciou ontem (8) a retirada de todos os correspondentes da Rússia em meio à guerra do país contra a Ucrânia. É a primeira vez em um século que a medida é tomada.
"A nova legislação da Rússia busca criminalizar reportagens independentes e precisas sobre a guerra contra a Ucrânia. Para a segurança de nossa equipe editorial que trabalha na região, estamos transferindo-os para fora do país por enquanto", disse a porta-voz do jornal, Danielle Rhoades Ha, em comunicado.
Ex-chefe da sucursal na Rússia, Neil MacFarquhar escreveu no Twitter sobre ser um dia muito triste para o veículo de comunicação. "Temos repórteres lá continuamente desde 1921, com uma ou duas pequenas interrupções devido a problemas de visto. Nem Stalin, nem a Guerra Fria, nada nos expulsou."
"Esperamos que eles retornem o mais rápido possível enquanto monitoramos a aplicação da nova lei", disse Rhoades Ha. "Continuaremos nossa cobertura ao vivo e robusta da guerra e nossas reportagens rigorosas sobre a ofensiva da Rússia na Ucrânia e essas tentativas de sufocar o jornalismo independente."
BBC retoma cobertura na Rússia
A BBC anunciou a retomada de seus serviços em inglês na Rússia a partir da tarde de ontem, apesar da adoção de uma lei no país que permite penas de prisão por divulgação de "informações enganosas sobre os militares".
A emissora pública britânica havia suspendido o trabalho de seus jornalistas na Rússia na última sexta-feira, depois da aprovação da legislação no Parlamento russo, como parte dos esforços para silenciar as críticas à invasão da Ucrânia.
O diretor-geral da BBC, Tim Davie, argumentou que tal lei pode "criminalizar o jornalismo independente" e alertou que sua equipe enfrentava ações legais "simplesmente por fazer seu trabalho".
No entanto, "depois de uma análise cuidadosa, decidimos retomar a reportagem em inglês da Rússia nesta tarde", anunciou em nota.
Com trégua da Rússia, Ucrânia retoma evacuação de civis
A evacuação de civis foi retomada pela Ucrânia hoje (9). Russos e ucranianos concordaram em respeitar um cessar-fogo para permitir a retirada, disse hoje a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk. A Rússia disse que respeitará uma trégua das 9h até as 21h, no horário local (das 4h às 16h, em Brasília), ao redor de zonas afetadas pelos combates nos últimos dias, afirmou Vereshchuk.
Na cidade de Sumy —localizada a cerca de 330 quilômetros ao leste da capital da Ucrânia, Kiev— o corredor voltou a ser utilizado hoje, segundo o chefe da Administração Regional de Sumy, Dmytro Zhyvytskyi. A região, porém, registrou novos ataques nesta madrugada. A polícia ucraniana informa que há saída de civis em cidades da região de Kiev. Em Energodar, a quase 700 quilômetros ao sudeste da capital, e Izium, distante 610 quilômetros a leste de Kiev, também há evacuação.
Hoje, a invasão russa ao território ucraniano chega ao 14º dia com o Ocidente aumentando o isolamento da Rússia na economia.
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