Rússia anuncia corredor humanitário diário para civis da Ucrânia
A Rússia anunciou, nesta quinta-feira (10), a abertura de corredores humanitários diários para a retirada de civis ucranianos, em meio à guerra com o país vizinho. Sem avisar à Ucrânia, o Ministério da Defesa da Rússia informou que os corredores vão começar a funcionar a partir das 10h, e terão como destino o território russo.
"Declaramos oficialmente que os corredores humanitários em direção à Federação Russa serão abertos unilateralmente e sem qualquer coordenação diariamente às 10h, horário local, e em outras direções por acordo com o lado ucraniano", disse o chefe do Centro de Controle de Defesa Nacional da Rússia, Mikhail Mizintsev, segundo a agência de notícias russa Interfax.
Mizintsev disse garantir "total segurança" nos territórios controlados pelos russos. Ele pediu ajuda a entidade de ajuda humanitária que estão atuando na Ucrânia para a retirada dessas pessoas do país.
"Pedimos ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha e às Nações Unidas localmente que trabalhem em estreita colaboração com as autoridades ucranianas para informar a população ucraniana sobre esta iniciativa russa", disse Mizintsev.
Mais cedo, a Ucrânia anunciou a abertura de sete corredores humanitários para a fuga de civis em várias regiões do país. Segundo as autoridades ucranianas, a evacuação de civis desses locais será feita por ônibus, como tem sido feito desde que os corredores começaram a operar.
As pessoas que possuírem veículos próprios, no entanto, também poderão utilizá-los. Nesses casos, o governo pede que os motoristas levem o máximo de passageiros possíveis em seus carros; os corredores anunciados:
- De Sumy para Poltava
- De Trostyanets para Poltava
- De Krasnopillya para Poltava
- De Passas para Lozova
- De Mariupol para Zaporizhia
- De Volnovakha para Pokrovsk
- De Borodyanka, Bucha, Irpin e Gostomel para Kiev
Ataques a corredores humanitários
O impasse nos corredores humanitários na Ucrânia é uma das principais reclamações da atuação da Rússia no país vizinho. Após aceitar a criação dessa zonas de retirada de civis do meio da guerra, os russos têm sido acusados de desrespeitar o horário estabelecido para funcionamento deles.
Autoridades de Mariupol, no sul da Ucrânia, por exemplo, dizem que a Rússia bombardeou o corredor humanitário criado para a saída de civis e uma universidade localizada na cidade. Segundo o governo local, o ataque aéreo à instituição educacional também atingiu casas no centro da cidade, próximas ao teatro municipal.
De acordo com a CNN internacional, um assessor da prefeitura disse que os ataques às rotas de fugas de civis têm o objetivo de destruir estradas e isolar completamente o local.
A cidade portuária é a mesma onde um hospital infantil e uma maternidade foram destruídos ontem, deixando três mortos, incluindo uma menina. Segundo o Exército da Ucrânia, as forças russas continuam mirando o local, atingindo inclusive prédios residenciais.
A vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, disse que Mariupol está completamente bloqueada, tanto para a saída de residentes quanto para a chegada de apoio humanitário.
Um comboio humanitário que deveria chegar à cidade nesta quinta com alimentos e remédios para os cerca de 400 mil habitantes que estão cercados pelas tropas russas "foi obrigado a dar marcha ré por causa dos combates em andamento", disse Vereschuk.
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