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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Aliada da Rússia, China diz respeitar 'soberania e integridade territorial'

Do UOL, em São Paulo

18/03/2022 07h08

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, disse hoje que o país respeita "a soberania e a integridade territorial de todos", em meio à invasão russa da Ucrânia, que completa hoje 23 dias. A China e a Rússia são aliadas.

A declaração foi dada horas antes de Xi Jinping e Joe Biden, presidentes da China e dos Estados Unidos, respectivamente, conversarem por telefone sobre a guerra.

"A China sempre defende o respeito à soberania e integridade territorial de todos os países, cumprindo os propósitos e princípios da Carta da ONU, dando importância às legítimas preocupações de segurança de todos os países, apoiando todos os esforços conducentes à solução pacífica da crise e promovendo negociações de paz e aliviar a situação humanitária", disse Zhao.

A ligação entre Joe Biden e Xi Jinping será a quarta desde a chegada do democrata à Casa Branca e, segundo Washington, servirá para alertar Pequim contra qualquer apoio ao presidente russo Vladimir Putin.

Biden "dirá claramente que a China terá responsabilidade por qualquer ato destinado a apoiar a agressão e não hesitaremos em impor um custo a isso", declarou ontem o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken.

Desde o início da invasão em 24 de fevereiro, o regime comunista chinês tenta proteger sua relação fluida com o Kremlin e evitou pedir a Putin a retirada de suas tropas da Ucrânia. Ao mesmo tempo, no entanto, estabeleceu certa distância de uma Rússia cada vez mais isolada. Por exemplo, Pequim não apoiou uma resolução russa sobre a guerra na Ucrânia no Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas), que acabou sendo retirada por Moscou.

Na terça-feira (15), o embaixador da China nos EUA, Qin Gang, publicou um artigo no jornal The Washington Post reiterando que seu país queria ver o fim do conflito na Ucrânia e dissipar "rumores" de que "a China sabia, consentiu ou tacitamente apoiou" a guerra.

O artigo foi publicado após alegações de oficiais de inteligência dos EUA de que a Rússia havia pedido apoio militar à China na Ucrânia, algo que Pequim e Moscou negaram.

Zhao repetiu a repreensão pública da China, dizendo que "algumas pessoas nos EUA estão espalhando desinformação para difamar e pressionar a China, o que é extremamente irresponsável e não ajudará a resolver o problema. A China se opõe firmemente a isso e nunca aceitará isto. "

"Os EUA devem refletir seriamente sobre seu papel na crise ucraniana, assumir suas devidas responsabilidades e tomar ações concretas para aliviar a situação e resolver o problema, em vez de jogar lenha na fogueira e transferir o conflito para outros", disse ele.

A China "nunca atacará a Ucrânia", disse o principal diplomata no país a autoridades na última segunda-feira (14), de acordo com um comunicado à imprensa do governo regional de Lviv.

Ministro de Putin: Brasil não vai 'dançar ao som dos EUA'

O ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, disse hoje que o Brasil não vai dançar ao som dos Estados Unidos. A declaração, segundo a agência russa Tass, foi dada entrevista ao veículo de comunicação RT, ligado ao governo russo. Na fala, Lavrov reclamava de sanções aplicadas pelos americanos e pela Europa contra a Rússia em razão da guerra.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) visitou Putin poucos dias antes de o russo iniciar a invasão ao território ucraniano. O Brasil tem se colocado neutro no conflito entre Rússia e Ucrânia. Na quarta-feira (16), modificou sua posição nas votações do sistema da ONU (Organização das Nações Unidas) e optou por se abster em uma resolução contra a Rússia.

O Ministério da Defesa da Ucrânia disse hoje que a Rússia tem apelado para "medidas extremas" após perder recursos e pessoal na guerra. "Eles estão realizando uma mobilização secreta", disse, em comunicado, hoje, citando a atração de "voluntários" e também de "mercenários" da Síria. Os russos, por sua vez, dizem estar "apertando o cerco" a Mariupol — cidade que teve 80% de suas residências destruídas e tem sido alvo de constantes ataques — com o apoio de separatistas do leste ucraniano.

Um ataque com mísseis atingiu uma área próxima ao aeroporto de Lviv, cidade ucraniana 550 quilômetros a oeste de Kiev, já próxima à fronteira com a Polônia —que recebeu mais de 2 milhões de refugiados ucranianos. Na capital, ao menos uma pessoa morreu em um ataque que atingiu uma área residencial, segundo o serviço de emergências da Ucrânia.

* Com AFP