O que Rússia, Ucrânia, EUA e União Europeia exigem para a guerra acabar?
A guerra da Rússia com a Ucrânia chega ao seu 22º dia e, nos bastidores, as partes envolvidas no conflito negociam para poder terminar com o confronto que já deixou milhares de mortos e quase 3 milhões de ucranianos refugiados em outros países da Europa.
Desde a invasão da Rússia ao território ucraniano, as partes se encontraram quatro vezes para negociar um cessar-fogo. Até agora nenhum acordo foi firmado. No entanto, nesta quarta-feira (16), as partes apresentaram cerca de 15 pontos para terminar com a Guerra.
- Veja últimas notícias da guerra na Ucrânia e mais no UOL News com Fabíola Cidral:
Veja, abaixo, o que cada parte deseja para terminar o conflito:
Ucrânia
O país, que é alvo de intenso bombardeio e ataque terrestre por parte das forças russas, deseja um cessar-fogo e retirada das tropas da Rússia do seu território. Com uma força bélica inferior à do seu vizinho, o país tem recebido munições, armas e equipamentos de países ocidentais para resistir ao ataque russo.
Pela primeira vez desde o início da Guerra, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, admitiu que pode desistir de ingressar na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) para que o conflito chegue ao final. A aproximação ucraniana com o bloco militar foi um dos motivos para o ataque russo.
"Se não podemos entrar de portas abertas na Otan, devemos cooperar com as comunidades que nos ajudarão a ter garantias separadas", disse o presidente ucraniano em um pronunciamento nesta quarta.
Em outras falas divulgadas pelas redes sociais, Zelensky disse que vai cobrar uma reparação financeira, por parte da Rússia, por toda a destruição causada no país.
Rússia
Potência que iniciou o conflito, ao avançar as tropas em território ucraniano, a Rússia é a parte que mais faz exigências para o término da Guerra. Segundo o Financial Times, o presidente Vladimir Putin faz uma série de recomendações para declarar um cessar-fogo na região.
O primeiro ponto é o desejo de que a Ucrânia não pertença a "nenhum bloco". Isso demonstra, segundo os analistas ouvidos pelo periódico britânico, que o interesse da Rússia é evitar que a Ucrânia se junte a qualquer grupo de países. Isso valeria, por exemplo, à Otan e também à União Europeia. Vale ressaltar que, quatro dias após o início da invasão, o presidente da Ucrânia pediu publicamente para ingressar no bloco econômico europeu. A associação ucraniana com o Ocidente é duramente criticada por Putin, que declarou na quarta sobre a questão.
"O Ocidente nem se preocupa em esconder o fato de que seu objetivo é prejudicar toda a economia russa, cada russo", disse o presidente.
Outro ponto de desejo da Rússia é o reconhecimento da anexação russa na Crimeia, em 2014, e a independência de Donetsk e Lugansk, na fronteira leste dos dois países. As duas últimas regiões foram reconhecidas independentes por Putin dias antes do início da Guerra.
"Isso não significa que a gente está tomando Lugansk e Donetsk da Ucrânia. Elas não querem ser parte da Ucrânia. Mas isso não significa que devam ser destruídas como um resultado", explicou Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin, em entrevista à Reuters.
Uma outra questão levantada pelo Kremlin é a instituição do idioma russo como uma das línguas oficiais da Ucrânia. De acordo com o Financial Times, o idioma é muito falado no país, mas não é reconhecido como oficial.
Estados Unidos e União Europeia
Muito citados nas entrevistas concedidas por representantes ucranianos e russos, os EUA e a União Europeia não participam da mesa de negociação pelo fim do conflito.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, tem participado de encontros virtuais com parlamentares europeus e estadunidenses, além de conversas com chefes de estado. O líder ucraniano pede ajuda militar e a criação de uma zona de exclusão aérea para ajudar na resistência do país.
No entanto, nenhuma das partes deseja essa zona de exclusão. Os EUA e os países europeus evitam um embate direto com Putin. Por isso, ambas as partes decretam sanções à economia e aos empresários russos, na tentativa de conter os avanços da Rússia.
Até agora, os Estados Unidos anunciaram uma transferência de mais de US$13 bilhões, além do envio de equipamento militar. "Quero ser honesto com vocês. Essa pode ser uma guerra longa e difícil", declarou o presidente Joe Biden, em discurso.
Nos pronunciamentos oficiais, a posição dos EUA e da UE é a mesma: acordo para um cessar-fogo e retirada imediata das tropas russas do território ucraniano.
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