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'Algumas estão grávidas': Deputada ucraniana acusa russos de estupros

Do UOL, em São Paulo

14/04/2022 08h21

A deputada Kira Rudyk, membro do Parlamento da Ucrânia, afirmou, ontem, em entrevista à CBS News, que a violência sexual é "sistemática em todas as áreas ocupadas pelos russos" e que ouviu relatos de mulheres que engravidaram de seus estupradores. Hoje, a invasão da Ucrânia completa 50 dias.

"O estupro é usado como uma ferramenta de guerra na Ucrânia para quebrar nossos espíritos, nos humilhar e nos mostrar que podemos ser impotentes para proteger nossas mulheres e crianças e seus corpos", disse Kira, que vem reunindo evidências e depoimentos na esperança de que os criminosos enfrentem a justiça.

No início, estávamos trabalhando para garantir que as mulheres estivessem seguras e recebessem ajuda médica. E posso dizer que algumas delas estavam realmente grávidas de soldados russos que as estupraram Deputada Kira Rudyk, membro do Parlamento da Ucrânia

A deputada contou que visitou a cidade de Bucha, onde centenas de corpos foram encontrados após a partida das tropas russas, e disse que usou uma combinação de registros telefônicos e documentos deixados para trás "para obter os nomes e sobrenomes dos soldados que estavam cometendo esses crimes". "Estamos agora coletando mais e mais evidências e informações sobre eles", completou ela.

Ela relatou ter ouvido a história de uma mulher que foi estuprada na frente de seus familiares e de uma mulher sendo repetidamente visitada e estuprada por muitos dias.

Kira disse que as forças russas usaram o estupro como uma ferramenta para aterrorizar as pessoas, porque os ucranianos estavam resistindo à invasão. "Eles estão tentando descobrir maneiras de nos quebrar. Bem, não está funcionando agora. Está apenas nos deixando com raiva e trazendo mais e mais pessoas querendo lutar, querendo proteger nossas cidades pacíficas dessa atrocidade", disse ela.

Segundo a CBS, organizações de ajuda humanitária estão trabalhando para ajudar a enviar kits de emergência para atender às necessidades médicas destas mulheres e facilitar a coleta de provas.

A parlamentar disse que, embora ela espere que seu trabalho ajude a justiça a ser feita, a violência sexual como ferramenta de guerra continuará enquanto o conflito durar. "A única maneira de parar as atrocidades é acabar com a guerra", disse ela.