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Rússia expulsa 85 diplomatas franceses, italianos e espanhóis em retaliação

12.abr.2022 - O presidente russo, Vladimir Putin, faz pronunciamento no cosmódromo Vostochny, no leste da Rússia - Yevgeny Biyatov/Sputnik/AFP
12.abr.2022 - O presidente russo, Vladimir Putin, faz pronunciamento no cosmódromo Vostochny, no leste da Rússia Imagem: Yevgeny Biyatov/Sputnik/AFP

Do UOL, em São Paulo*

18/05/2022 09h19Atualizada em 18/05/2022 11h29

O governo de Vladimir Putin declarou hoje 85 diplomatas franceses, italianos e espanhóis como personae non gratae, o que equivale ao status de expulsão pelo país os recebem. A medida é uma resposta a um ato similar adotado por países do Ocidente em relação às autoridades russas em razão do contexto da invasão à Ucrânia.

Devem cumprir a medida 34 funcionários franceses, que têm duas semanas para deixar a Rússia, e 27 espanhóis, que receberam o prazo de sete dias.

Também foram afetados pela medida 24 diplomatas italianos. De acordo com a mídia russa, o embaixador da Suécia também foi convocado ao Ministério das Relações Exteriores da Rússia.

O movimento de Putin é uma retaliação aos países. Autoridades russas consideraram a expulsão de seus diplomatas da França e da Espanha como uma "provocação".

O Ministério das Relações Exteriores diz ter alertado que a medida contra funcionários russos iria "causar sérios danos às relações e à cooperação bilateral construtiva".

Itália e França respondem medida do governo russo

Hoje, em coletiva de imprensa com a premiê da Finlândia, o primeiro-ministro da Itália, Mario Draghi, comentou a expulsão de diplomatas da Rússia.

É um ato hostil, mas não deve levar à interrupção dos canais diplomáticos porque, se chegarmos à paz, será por meio desses canais.
Primeiro-ministro italiano Mario Draghi

Após o anúncio de retaliação, Paris lamentou e condenou fortemente a Rússia, considerando que a decisão não se baseava em "nenhum fundamento legítimo".

"Esta decisão é apresentada pelo lado russo como uma resposta às decisões da França" em abril, quando "várias dezenas de agentes russos" suspeitos de serem espiões foram expulsos, diz um comunicado do ministério das Relações Exteriores francês.

Pelo contrário, "o trabalho dos diplomatas e funcionários da nossa embaixada na Rússia está totalmente no âmbito da Convenção de Viena sobre relações diplomáticas e consulares", acrescenta.

A ofensiva russa na Ucrânia, que começou em 24 de fevereiro, provocou uma onda de condenação internacional e uma enxurrada de sanções, acompanhada pela expulsão de centenas de diplomatas russos dos países ocidentais.

Diplomatas russos foram expulsos em abril

Em 5 de abril, a Itália anunciou a expulsão de 30 diplomatas da Rússia por questões de "segurança nacional, no contexto da injustificada agressão à Ucrânia".

Algumas semanas depois, o embaixador de Moscou em Roma, Sergey Razov, afirmou que as relações bilaterais sofreram uma "grave deterioração".

A Itália é uma das vozes mais duras na União Europeia contra o regime de Vladimir Putin e já aprovou dois repasses de armamentos para a Ucrânia desde o início da guerra, ação que encontra resistência dentro do governo Draghi.

A França também anunciou em abril a expulsão de 41 diplomatas russos que, segundo o governo, estavam envolvidos em atividades de espionagem, explicando que a sanção fazia parte de "uma abordagem europeia".

Alemanha, Eslovênia, Áustria, Polônia, Grécia e Croácia também expulsaram massivamente diplomatas russos. Além da França, outros países também acusaram diplomatas de espionagem.

Moscou prometeu responder a cada uma dessas medidas.

*Com informações de ANSA e AFP