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Guerra da Rússia-Ucrânia

Notícias do conflito entre Rússia e Ucrânia


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Vídeo: Rússia testa míssil hipersônico; Ucrânia promete afundar navios

Do UOL, em São Paulo

28/05/2022 08h30Atualizada em 28/05/2022 12h55

O Ministério da Defesa da Ucrânia informou hoje que recebeu mísseis antinavio Harpoon e disse que eles defenderão o país "do componente naval russo hostil no Mar Negro". "Outros navios agressores seguirão o cruzador de Moskva até o fundo do Mar Negro", disse o comunicado, citando o navio russo que afundou após ser atingido por um ataque ucraniano em abril.

O ministro ucraniano da Defesa, Oleksii Reznikov, disse que o "fornecimento desses mísseis também foi resultado da cooperação entre vários países". "Permitiu-nos receber os Harpoons de parceiros dinamarqueses com a participação dos nossos amigos britânicos."

Segundo ele, os mísseis ajudarão a "proteger Odessa de maneira confiável", mencionando a região do sul da Ucrânia.

harpoon - Ministério da Defesa da Ucrânia - Ministério da Defesa da Ucrânia
Imagem divulgada hoje pelo Ministério da Defesa da Ucrânia mostra lançamento do míssil Harpoon; a Defesa ucraniana quer usá-lo para afundar navios russos na guerra
Imagem: Ministério da Defesa da Ucrânia

Hoje, a invasão russa do território ucraniano chegou ao 94º dia. O Ministério da Defesa da Rússia divulgou hoje que fez o disparo "do míssil de cruzeiro hipersônico Zircon" a partir do Mar de Barents, ao norte da Rússia.

Segundo os russos, a ação é "parte de um teste de novas armas" e "atingiu com sucesso um alvo marítimo localizado a uma distância de cerca de 1.000 quilômetros". O local atingido foi um ponto no Mar Branco, a noroeste do território russo.

míssil - Ministério da Defesa da Rússia - Ministério da Defesa da Rússia
Lançamento do míssil hipersônico Zircon deixou rastro no céu na região do Mar de Barents
Imagem: Ministério da Defesa da Rússia

Mais armas

Reznikov reforçou o discurso ucraniano de que "gostaria de ter muito mais armas e o mais rápido possível porque a vida do nosso povo está em jogo", mas agradeceu o apoio recebido de aliados. "A cooperação de estados parceiros que fornecem armas e equipamentos à Ucrânia já é sem precedentes", mencionado o recebimento de armamento pesado.

Segundo o ministro, "os dias, horas e minutos das últimas semanas" passaram "mais devagar do que nunca". "Porque somos obrigados a esperar. E ao mesmo tempo lutar pelo aumento da quantidade [de armas] e a expansão do alcance da artilharia que receberemos". Reznikov indicou que a Ucrânia está "à espera de novos lotes, sabendo que já estão sendo embarcadas".

Nos últimos dias, a Ucrânia começou a usar canhões e obuses que recebeu de aliados. Para ele, esse cenário "era simplesmente impossível imaginar isso em março".

"Mudanças drásticas, cujos principais resultados ainda estão por vir, foram possibilitadas pela destacada liderança dos Estados Unidos", disse o ministro. "A posição de nossos amigos americanos permitiu que o mundo livre realize o verdadeiro objetivo: o Kremlin [governo russo] deve ser derrotado, não apenas parado."

Mapa Rússia invade a Ucrânia - 26.02.2022 - Arte UOL - Arte UOL
Imagem: Arte UOL

Lyman

A cidade de Lyman, na região de Donetsk, leste da Ucrânia, continua como alvo de bombardeios, segundo o Ministério da Defesa da Ucrânia, que disse hoje que as forças russas estão "tentando se firmar na área".

Ontem, separatistas pró-Rússia disseram ter tomado o controle da cidade, o que foi reafirmado hoje pelo Ministério da Defesa da Rússia. O governador ucraniano da região de Donetsk, Pavlo Kyrylenko, disse ontem que Lyman era "controlada principalmente por tropas russas", mas também informou que os militares ucranianos assumiram novas posições fortificadas na área. A Defesa ucraniana não informou se a cidade foi tomada pelos russos.

A conquista de Lyman, um importante centro ferroviário na Ucrânia, permitiria às tropas russas superar o último obstáculo para avançar para Slaviansk e Kramatorsk, em uma manobra para cercar Sievierodonetsk e Lysychansk. O leste ucraniano é o principal foco russo atualmente na invasão ao território do país vizinho.

Sobre a região de Donetsk, o Ministério da Defesa da Ucrânia disse que "o inimigo está realizando operações ofensivas ativas". "Continua o dano de fogo em nossas unidades ao longo da linha de contato, [ele] lança mísseis. Aumentou a intensidade da aviação operacional-tática e do exército."

Defesa do Donbass

As autoridades ucranianas afirmaram estar fazendo "todo o possível" para defender a região do Donbass, área no leste onde há separatistas pró-Rússia. "A situação em Donbass é muito, muito difícil", disse o presidente ucraniano Volodimir Zelensky. "Protegemos a nossa terra e fazemos tudo para reforçar" a defesa desta região, assegurou.

Após a ofensiva malsucedida em Kiev e Kharkiv (nordeste) no início da guerra lançada pela Rússia em 24 de fevereiro, as forças russas se concentraram no leste da Ucrânia para controlar a área de mineração de Donbass, que desde 2014 está parcialmente em mãos de separatistas pró-Rússia apoiados por Moscou.

Zelensky assegurou que "se os ocupantes pensam que Lyman e Severodonetsk serão deles, estão errados". "O Donbass será ucraniano", reiterou.

Igreja rompe

Na frente religiosa e em um movimento sem precedentes, a Igreja Ortodoxa Ucraniana, até então ligada a Moscou, rompeu os laços com as autoridades espirituais russas, que apoiam o presidente russo Vladimir Putin. A igreja pronunciou "a total independência e autonomia da Igreja Ortodoxa Ucraniana", segundo um comunicado no qual observou que suas relações com a liderança de Moscou eram "complicadas ou inexistentes" desde o início do conflito.

Este é o segundo conflito ortodoxo em poucos anos na Ucrânia. Uma parte da igreja rompeu com Moscou em 2019 devido à interferência do Kremlin no leste do país.

Crise alimentar

Embora a Ucrânia, uma potência agrícola, não possa exportar seus grãos devido ao bloqueio de seus portos, Putin rejeitou na sexta-feira a responsabilidade russa pela crise alimentar global em uma conversa telefônica com o chanceler austríaco Karl Nehammer, segundo um comunicado do Kremlin.

Putin propôs nesta semana ajudar a "superar a crise alimentar" com a condição de que as sanções contra Moscou sejam levantadas primeiro, o que levou a denúncias de chantagem.

O presidente russo também acusou Kiev de "sabotar" as negociações e instou Kiev a desminar os portos "o mais rápido possível" para permitir a passagem de navios carregados de grãos, segundo o Kremlin.

Zelensky está programado para discursar na reunião de líderes da União Europeia em Bruxelas na segunda-feira por videoconferência, enquanto eles discutem a proposta de embargo ao petróleo russo, atualmente bloqueado pela Hungria.

(Com AFP)