Após encontro, Bolsonaro diz estar 'maravilhado com Biden'
O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse hoje estar "maravilhado" com o presidente norte-americano Joe Biden após o primeiro encontro entre as duas autoridades desde a eleição do estadunidense. Os dois participam da Cúpula das Américas, em Los Angeles, nos Estados Unidos.
Foi [um encontro] excepcional, estou muito feliz. Posso dizer que estou maravilhado com ele. Não estou errando em falar dessa maneira. Ficamos quase meia hora conversando reservadamente. Presidente Jair Bolsonaro à CNN Brasil
Na frente do hotel onde está hospedado nos EUA, Bolsonaro definiu a reunião reservada como "melhor do que ele esperava". O encontro entre os dois presidentes durou cerca de 20 minutos na chamada reunião ampliada, que era aberta, e mais 30 minutos apenas os dois presidentes, acompanhados dos tradutores, de acordo com uma fonte que participou de parte do encontro.
"Foi excepcional, muito melhor do que eu esperava. Naquela aberta a vocês, colocamos os pontos básicos e depois fomos para a reservada, confidencial, segredo de Estado. Vão ficar curiosos, segredo de Estado. (...) Há um interesse sim dos EUA muito grande no Brasil, e a recíproca é verdadeira. E se a gente conseguir realmente consolidar, ampliar esse eixo Norte-Sul, será bom para todo mundo", declarou o mandatário, segundo o jornal O Globo.
Além disso, o presidente brasileiro afirmou que ele e Biden "comungam da mesma percepção" e que o mandatário norte-americano "concorda" com a posição do governo brasileiro em relação à Amazônia e o papel importante do país no que tange à preservação ambiental. Na reunião, o presidente dos EUA disse haver interesse em ajudar o Brasil na recuperação econômica e adiantou também que falaria de questões climáticas e ambientais com Bolsonaro.
"Falamos abertamente sobre Amazônia, depois reservadamente, [ele] concorda conosco. Ela é muito grande. O Brasil é um exemplo para a preservação ambiental do mundo todo. Temos pela frente a questão de energia limpa, como a eólica."
Democracia
O chefe do Executivo brasileiro também destacou que o presidente dos EUA se "comprometeu" a ajudar o país a manter a democracia e liberdade.
"Na reunião reservada, que é segredo de Estado obviamente, ele se comprometeu a colaborar conosco, assim como as nações civilizadas fazem, para o bem dos nossos povos, e a manutenção da democracia, da liberdade. (...) Comungamos da mesma percepção. Ficou bom para ele e ficou bom para mim."
No encontro, Bolsonaro disse que deixará o governo "de forma democrática". Apesar disso, dois dias antes, o presidente fez um novo ataque ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), afirmando que ele e as Forças Armadas "não farão papel de idiota". Desde o início do ano, o presidente tem retomado a ofensiva contra a Corte Eleitoral, questionando o sistema de votação e apuração, e tentando colocar em xeque o resultado das urnas.
O ataque do presidente da República foi uma resposta à declaração do presidente do TSE, ministro Edson Fachin, que disse no mês passado que as eleições são assunto para as "forças desarmadas" após sucessivos questionamentos dos militares ao processo eleitoral. Todas as perguntas enviadas pelas Forças Armadas ao tribunal foram respondidas, e passaram a ser utilizadas por Bolsonaro para tentar jogar suspeita em cima das urnas eletrônicas.
Como mostrou o UOL, porém, apesar de enviar diversos questionamentos, os militares tiveram uma participação tímida nos testes de segurança das urnas.
*Com Mariana Durães e Paulo Roberto Netto, do UOL, em São Paulo e em Brasília, Reuters e ANSA
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