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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Começa trégua de Natal anunciada pela Rússia; Ucrânia fala em 'hipocrisia'

04.jan.23 - Militares ucranianos participam de exercícios militares perto da fronteira com a Bielo-Rússia, em meio ao ataque da Rússia à Ucrânia, na região de Zhytomyr, Ucrânia - STRINGER/REUTERS
04.jan.23 - Militares ucranianos participam de exercícios militares perto da fronteira com a Bielo-Rússia, em meio ao ataque da Rússia à Ucrânia, na região de Zhytomyr, Ucrânia Imagem: STRINGER/REUTERS

Do UOL, em São Paulo

06/01/2023 07h35Atualizada em 06/01/2023 13h36

O cessar-fogo é motivado pelo Natal ortodoxo, comemorado entre os dias 6 e 7 de janeiro. Segundo o presidente russo Vladimir Putin, suas tropas não irão atacar por 36 horas a partir do meio-dia de hoje (horário local).

Grande parte da população russa e ucraniana é adepta do cristianismo ortodoxo, que não comemora o Natal em 25 de dezembro por adotar um calendário diferente para as celebrações religiosas.

A Ucrânia não se comprometeu a respeitar o cessar-fogo.

Bombardeios continuam apesar da trégua unilateral

Os ataques de artilharia continuam em ambos os lados do front em Bakhmut, que se tornou o epicentro dos combates no leste da Ucrânia. Os bombardeios foram flagrados hoje por uma equipe de jornalistas da AFP.

Pavlo Diatchenko, um policial de Bakhmut, chamou a trégua russa de provocação. "Os civis estão sendo bombardeados dia e noite e quase todos os dias há mortes".

A Ucrânia também denunciou ataques em Kherson e Kramatorsk, cidades ao sul e leste, durante o período de cessar-fogo.

"Os ocupantes atacaram Kramatorsk com foguetes duas vezes", afirmou Kyrylo Tymoshenko, vice-chefe do gabinete presidencial ucraniano. Ele acrescentou que um prédio residencial foi atingido, sem vítimas.

Alarmes aéreas foram acionados em todo o país após a Ucrânia identificar a decolagem de dois jatos de caça da base de Baranovichi, em Belarus, país aliado da Rússia.

Em relatório diário, o Ministério da Defesa da Rússia disse que está respeitando a trégua unilateral, mas que "o regime de Kiev continua bombardeando as cidades e posições russas".

Autoridades ucranianas falam em hipocrisia

Talvez os russos não entendam a linguagem humana. Eu ofereço a Putin/Gundyaev/outros para retornar a 25 de dezembro ou na noite de 31 de dezembro a 1º de janeiro e, sob o uivo de mísseis e drones voando para matar ucranianos, discutir a 'trégua de Natal'.
Conselheiro presidencial da Ucrânia, Mykhailo Podoliak

O comentário de Podoliak faz referência ao ataque russo que deixou pelo menos sete mortos em Kherson na véspera de Natal.

Em vídeo publicado na noite de ontem, o presidente Volodymyr Zelensky acusou a Rússia de usar a "trégua de Natal" como um disfarce para interromper os avanços ucranianos e trazer equipamentos, munições e tropas para mais perto das posições ucranianas.

"Todos no mundo sabem como o Kremlin usa as calmarias da guerra para continuar a guerra com nova força", disse Zelensky.

Após 10 meses de genocídio, após centenas de igrejas ucranianas destruídas, não é tarde demais para o Kremlin pensar em Deus?
Ministério de Defesa da Ucrânia nas redes sociais

Uma vista mostra a cúpula de uma igreja ortodoxa atrás de um prédio destruído durante o conflito Rússia-Ucrânia em Mariupol, Ucrânia controlada pela Rússia, 24 de dezembro de 2022 - ALEXANDER ERMOCHENKO/REUTERS - ALEXANDER ERMOCHENKO/REUTERS
Uma vista mostra a cúpula de uma igreja ortodoxa atrás de um prédio destruído durante o conflito Rússia-Ucrânia em Mariupol, Ucrânia controlada pela Rússia, 24 de dezembro de 2022
Imagem: ALEXANDER ERMOCHENKO/REUTERS

Em Washington, o presidente Biden disse que Putin está "tentando encontrar um pouco de oxigênio" com o anúncio do cessar-fogo.

Estou relutante em responder a qualquer coisa que Putin diga. É interessante que ele estivesse pronto para bombardear hospitais, creches e igrejas no dia 25 e no Ano-Novo."
Presidente dos EUA, Joe Biden, critica trégua anunciada pela Rússia

A Rússia já rejeitou ou violou acordos de cessar-fogo temporários para a evacuação humanitária e entrega de ajuda a cidades sitiadas, como Mariupol.

O conflito Rússia Ucrânia

A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro do ano passado, e diz que o país adversário deve aceitar perder parte do território para negociarem um cessar-fogo. As autoridades ucranianas, porém, descartam qualquer acordo nesses moldes.

"A Rússia, sob a palavra 'negociações', diz à Ucrânia e ao mundo para reconhecerem o direito dela de se apropriar de territórios estrangeiros", disse o conselheiro presidencial da Ucrânia, Mykhailo Podoliak, nas redes sociais.

*Com informações de AFP