Espiões, vigilância e ameaças: por que os EUA abatem cada vez mais óvnis?
Em apenas nove dias, a força aérea dos Estados Unidos divulgou o abate de três óvnis (objetos voadores não identificados) que sobrevoaram seu espaço aéreo e de um outro que invadiu o céu do Canadá.
Membros do próprio governo tentam acalmar a população ao dizer que os novos objetos provavelmente não passam de balões meteorológicos que se perdem da rota original.
Mas, afinal, por que os EUA abatem cada vez mais óvnis?
O alerta acendeu no dia 4 de fevereiro, quando um balão chinês foi derrubado depois de percorrer praticamente todo o território americano. De lá pra cá, outros três objetos voadores não identificados foram abatidos:
- Na sexta (10), os EUA derrubaram um na costa do Alasca, norte do país.
- No sábado (11), abateram outro na costa oeste do vizinho Canadá.
- No domingo (12), derrubou um objeto sobre o lago Huron, perto do Canadá.
A descoberta do balão chinês obrigou a inteligência americana a ficar mais atenta a espionagens, e por isso os abates ficaram mais frequentes, afirmou a secretária adjunta para Defesa Interna e Assuntos Hemisféricos, Melissa Dalton, em coletiva de imprensa no Pentágono na noite de domingo.
[Agora] examinamos mais de perto nosso espaço aéreo nessas altitudes, inclusive aprimorando nosso radar, o que pode explicar, pelo menos em parte, o aumento de objetos que detectamos ao longo da semana
Melissa Dalton, da Defesa Interna e Assuntos Hemisféricos
Um alto oficial reforçou à ABC News que não se trata de uma onda de objetos estranhos sobrevoando o espaço aéreo americano. Os militares é que reforçaram a vigilância após o abate do balão chinês.
"O Comando do Norte ajustou os parâmetros de suas capacidades de radar de forma que eles possam ver mais do que podiam antes", disse o oficial.
"Isso não quer dizer que eles [óvnis] eram alegremente ignorados no passado", disse o funcionário, "mas, como há muita coisa flutuando nos céus, estamos mais sintonizados".
Balões meteorológicos?
O líder da maioria no Senado, Chuck Schumer, disse no domingo que os últimos três balões eram menores do que o primeiro, chinês, e que voavam a altitudes menores.
"Não faz sentido que sejam nada além de algum tipo de balão meteorológico, não balões espiões", concordou o oficial sobre os objetos, "que costumam sair de seu curso".
O "Relatório Anual sobre Fenômenos Aéreos Não Identificados", do Pentágono, identificou 510 óvnis em 2022, sem "colisões relatadas".
Eles avaliaram 366 avistamentos, chegando à seguinte conclusão:
- 163 eram balões ou "entidades semelhantes a balões".
- 26 eram sistemas de aeronaves não tripulados, ou drones.
- 6 eram "desordem" no ar, como pássaros ou sacolas plásticas voando.
- 171 permanecem sem explicação.
"Os objetos mais recentes não representam uma ameaça militar, mas seus caminhos próximos a locais sensíveis e as altitudes em que voavam podem ser um perigo para a aviação civil e, portanto, levantam preocupações", acrescentou Melissa.
Criticado pelo silêncio sobre os abates, Biden estaria envolvido nos bastidores, ordenando pessoalmente que cada um dos objetos seja abatido, afirmou à CNN um funcionário do governo.
Como os militares ainda "não conseguiram avaliar o que são esses objetos recentes", continuou Melissa, Biden preferiu abrir fogo e agir "com muita cautela para proteger nossa segurança e nossos interesses".
"Vamos permanecer vigilantes", disse ela.
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