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11 meses

'Fala de Biden não ajuda', 'ONU não tem força': o que Lula disse no Japão

Do UOL, em São Paulo

21/05/2023 23h32

Horas antes de voltar ao Brasil, o presidente Lula (PT) concedeu uma entrevista coletiva de quase uma hora no Japão, para analisar como foi a sua participação como país convidado no G7 — grupo que reúne algumas das maiores economias mundiais. Veja a seguir as principais falas de Lula a jornalistas em Hiroshima.

O que Lula disse

O presidente brasileiro voltou a cobrar a ONU para que lidere negociações para o fim da guerra na Ucrânia. Ele criticou o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, por apostar na rendição russa no conflito.

Lula afirmou que a ONU tem falhado em buscar saídas para a paz no leste europeu. "Eu sou presidente há 5 meses e nunca fui convidado para uma reunião, na ONU, para discutir a guerra. É na ONU que tem que ter", disse.

Disse que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, não apareceu para o encontro marcado entre os dois.

O petista comentou que nem Rússia e nem Ucrânia estão dispostos a falar em paz no momento, mas voltou a oferecer o Brasil como mediador. "Quem quer a paz precisa conversar com todos", disse.

Lula criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro durante a entrevista. Segundo o petista, o país "voltou a ser civilizado" sob a atual gestão e "as pessoas estão muito felizes com a volta da deomocracia no Brasil".

Ontem vocês viram o discurso do Biden, sabe. O discurso do Biden é de que tem que ir para cima do Putin até ele se render, pagar tudo o que estragou. Esse discurso não ajuda, na minha opinião.
Lula, em fala a jornalistas após a cúpula do G7 em Hiroshima

Discurso começou com apoio a Vini Jr

O presidente abriu a fala aos jornalistas condenando os ataques racistas a Vini Jr, atacante do Real Madrid. Lula cobrou medidas da Fifa para "não permitir que o fascismo e o racismo tomem conta do futebol".

Lula disse que o jogador foi "fortemente atacado" e chamado de macaco. Ele alertou para os frequentes casos contra os atletas negros no futebol europeu.

Não é possível que quase no meio do século XXI a gente tenha o preconceito racial ganhando força em vários estádios de futebol aqui na Europa"
Lula, em desagravo ao jogador Vini Jr.

Lula lembrou ataque nuclear em Hiroshima

O presidente citou os bombardeios atômicos à cidade-sede do evento, em 1945, para defender a interrupção da guerra na Ucrânia. Para Lula, é preciso evitar que a guerra fique "mais feroz, com armas mais poderosas".

Nós estamos aqui em Hiroshima. Ninguém jamais imaginou que os Estados Unidos iriam soltar uma bomba atômica aqui em Hiroshima. E soltou. Sem pedir para ninguém."
Lula, em fala a jornalistas na cidade japonesa