Lula cobra Fifa sobre Vini Jr.: 'Não podemos permitir o racismo no futebol'
O presidente Lula (PT) se pronunciou sobre mais um caso de racismo sofrido pelo jogador Vinicius Júnior hoje, num jogo do Real Madrid contra o Valencia, na Espanha.
Não podemos permitir que o fascismo e o racismo tomem conta dentro de um estádio de futebol."
Lula, durante entrevista coletiva após o G7, no Japão
O que aconteceu
Lula definiu sua fala como "um gesto de solidariedade a um jogador brasileiro, jovem, negro, que joga no Real Madrid". "Ele foi fortemente atacado sendo chamado de macaco."
O presidente do Brasil cobrou medidas da Fifa e da liga espanhola de futebol. "Eu penso que é importante que a Fifa, a liga espanhola e de outros países tomem sérias providências."
Não é possível que, quase no meio do século XXI, a gente tenha o preconceito racial ganhando força em vários estádios de futebol aqui na Europa."
Não é justo que o menino pobre que venceu na vida, que está se transformando possivelmente num dos melhores jogadores do mundo -- certamente do Real Madrid ele é o melhor -- seja ofendido em cada estádio que ele comparece"
Lula
A fala sobre o episódio de Vini Jr abriu a entrevista coletiva no Japão. O petista foi à reunião do G7, grupo que reúne algumas das maiores economias do mundo, como convidado.
Como foi o caso de racismo contra Vini Jr.
O jogo entre Real Madrid e Valencia precisou ser paralisado após Vini Jr. ser alvo de diversos gritos racistas por parte da torcida do Valencia.
Aos 15 minutos do segundo tempo, os torcedores começaram a gritar "mono" — macaco em espanhol — para o brasileiro.
Vinicius Junior começou a discutir com os torcedores do Valencia. O técnico Carlo Ancelotti chamou o atacante no banco de reservas pedindo para que ele se acalmasse.
O brasileiro foi expulso após a reação. A partida foi reiniciada pelo árbitro e o Real Madrid perdeu por 1 a 0.
Ministros de Lula também se manifestaram
Flávio Dino, ministro da Justiça, prestou solidariedade ao jogador no Twitter. "Isso é deplorável, inaceitável e deve ter consequências", disse.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, também comentou o caso nas redes sociais: "Mais uma vez vítima de agressões racistas. Independente de brilhar como Vini brilha, o racismo não dá sossego. Vamos trabalhar para superar todo o odioso racismo que jogadores brasileiros ainda sofrem dentro e fora dos campos e das quadras".
O mesmo fez o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida. "A postura das autoridades espanholas e das entidades que gerem o futebol é criminosa", disse. Para ele, o caso revela a "inegável conivência com o racismo". "Deixo o meu abraço em Vini Jr e a certeza de que estarei a seu lado na luta pela responsabilização dos que o atacam, mas também dos que se omitem."
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