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'Ele está no lugar que mais ama', diz filha de ocupante de submersível

Sidoni Nargeolet, 39, conforta-se em saber que o pai está onde mais ama - Reprodução/TF1/5Deeps
Sidoni Nargeolet, 39, conforta-se em saber que o pai está onde mais ama Imagem: Reprodução/TF1/5Deeps

Colaboração para o UOL

22/06/2023 15h39

A filha de um dos cinco ocupantes do submersível que desapareceu rumo ao Titanic diz sentir-se confortada pelo pai estar no lugar que mais ama. Os destroços do submersível foram encontrados hoje. Todos os ocupantes morreram.

O que se sabe

Sidoni Nargeolet, 39, é filha de Paul-Henri Nargeolet, oceanógrafo francês e considerado um dos maiores especialistas do mundo em assuntos ligados ao Titanic. Ele tinha mais de 35 viagens exploratórias ao naufrágio, em uma carreira de duas décadas na marinha francesa.

Em entrevista à Reuters, antes da confirmação das mortes, ela disse estar "confortada" pelo fato de que ele está no lugar que mais ama.

Ela ficou sabendo do desaparecimento por uma mensagem de texto da esposa de seu pai, informando que ele deveria ter retornado no domingo, às 18h. Ela diz que chorou muito ao receber a notícia, pois não tinha notícias do pai desde o Natal do ano passado.

O que ele mais gostava era de estar em um submersível, perto do Titanic. Eu preferiria que ele estivesse em um lugar onde se sente muito feliz", declarou Sidoni.

Nargeolet fez sua primeira viagem ao naufrágio em 1987, e já havia expressado preocupações sobre sua segurança em uma viagem anterior.

Ocupantes de submersível morreram

Em comunicado oficial, a OceanGate, responsável pelo submersível, admitiu que os cinco ocupantes da embarcação morreram. A admissão foi feita minutos antes de uma entrevista coletiva da marinha norte-americana, logo após os familiares dos ocupantes serem comunicados.

O contra-almirante Paulo Hanken afirmou que não há esperança de encontrar passageiros com vida. As famílias das vítimas já foram informadas sobre os óbitos.

Destroços são consistentes com perda catastrófica de pressão da cabine, explicou o almirante John Mauger, da Guarda Costeira dos Estados Unidos.

A Guarda Costeira explicou que encontrou cinco grandes partes do submersível. "Nos disseram que esses eram os destroços do Titan [o submersível]. "Primeiro, encontramos a ponteira sem o casco pressurizado. Essa foi a primeira indicação de que houve um evento catastrófico." Mais cedo, foram achados destroços do submersível a 3,2 km de profundidade e a cerca de 480 metros do Titanic.

Os oficiais esclareceram o mapeamento de destroços continuará. "Faremos o nosso melhor para descobrir o que aconteceu". Veículos de operação remota continuarão operando no fundo do mar.

Os ruídos detectados por dois dias seguidos "não parecem ter relação com os destroços localizados no solo oceânico", afirmou a Guarda Costeira dos EUA.

Submersível sumiu no domingo

Embarcação Titan submergiu na manhã de domingo, 18 de junho. Os tripulantes queriam ver os destroços do Titanic, localizado no Atlântico Norte.

Um piloto e quatro passageiros faziam parte da expedição. São eles: Stockton Rush, presidente da Ocean Gate; Hamish Harding, um bilionário de 59 anos, presidente da empresa de aviação Action Aviation; um empresário paquistanês Shahzada Dawood e seu filho; e Paul-Henry Nargeolet, que é o capitão do submersível e considerado um dos maiores especialistas do naufrágio do Titanic.

O barco de apoio na superfície, o quebra-gelo Polar Prince, perdeu contato com ele cerca de uma hora e 45 minutos mais tarde, segundo a Guarda Costeira dos EUA.

O submersível foi dado como desaparecido a cerca de 700 quilômetros ao sul de São João da Terra Nova, capital da Terra Nova e Labrador, que pertence ao Canadá, próximo de onde ocorreu o naufrágio do Titanic, em 1912.