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De controle de game a falhas: 8 'sinais de perigo' do submersível Titan

Submersível Titan, em foto sem data da OceanGate - OceanGate Expeditions/Divulgação via REUTERS
Submersível Titan, em foto sem data da OceanGate Imagem: OceanGate Expeditions/Divulgação via REUTERS

Colaboração para o UOL

26/06/2023 12h55Atualizada em 26/06/2023 16h58

Desaparecido durante em uma excursão ao naufrágio do Titanic, o submersível Titan, da empresa OceanGate, já apresentava sinais de que não era seguro. Na última semana, cinco pessoas que participavam da expedição morreram.

Confira:

Diretor de "Titanic" apontou "falha crítica"

James Cameron culpou o composto de fibra de carbono do casco do submersível OceanGate por sua trágica implosão. Em entrevista a George Stephanopoulos, da ABC News, o diretor de "Titanic" disse que o material provavelmente levou à "falha crítica" que ceifou a vida de cinco passageiros a bordo da nave.

Você não usa compostos para cascos que sofrem pressão externa. Eles são ótimos para cascos de pressão interna, como tanques de mergulho, por exemplo, mas são péssimos para pressão externa.
James Cameron à ABC News

Youtuber viu falhas no submersível

O youtuber Jake Koehler viu falhas no Titan dias antes de o submersível ter sido dado como desaparecido. Ele foi ao Canadá, onde eram realizadas as expedições, mas sua viagem foi cancelada porque, além do mau tempo, o submersível estava com partes quebradas.

Todos os dias eles tinham algum problema. Tentamos consertar tudo para garantir que o submersível estivesse em perfeito estado para chegar ao Titanic. Não deu certo. É estranho agora, mas no momento parecia algo normal para a equipe.
Jake Koehler

CEO quebrou regras

Em vídeo de 2021 que voltou a circular nas redes sociais após o incidente, Stockton Rush, CEO da OceanGate e uma das vítimas da tragédia, afirmou que "gostaria de ser lembrado como um homem inovador" e comentou que "quebrou algumas regras" na construção do Titan.

Ele citou que inovação significa quebrar regras que irão agregar valor à sociedade. Apesar disso, ele não comentou quais regras foram quebradas para a construção do submersível.

Jornalista diz que ficou "apavorado"

O jornalista e físico Michael Guillen relatou ao Fantástico que viveu momentos aterrorizantes quando desceu para ver os destroços do Titanic. Ele disse ao programa da TV Globo que viajou no submersível da OceanGate em 2020 e que a viagem não deu certo devido a uma falha mecânica a 11 metros de profundidade. "Tivemos que subir, fiquei apavorado", contou. Guillen também teria questionado o CEO Stockton Rush sobre o fato de usar um joystick para controlar a máquina.

Eu disse a ele: 'O que controla a cápsula é um joystick de videogame. As luzes você comprou em loja de equipamentos de camping. Você acha que isso é seguro?'. Ele disse: 'Claro! Todas essas coisas podem falhar, o importante é a cápsula que leva as pessoas. E essa é indestrutível'.
Michael Guillen ao Fantástico

Equipamentos improvisados

O Titan era operado por um controle de videogame que custa 42 euros (cerca de R$ 219) — um vídeo do interior do submersível mostra o controle do modelo Logitech F710. Segundo o jornal The Mirror, o equipamento sofreu algumas alterações para ser utilizado na embarcação.

O OceanGate Titan possuía ainda três telas e teclados para o monitoramento. Em vídeo gravado para a CBC no ano passado, o CEO da OceanGate mostrou o interior da embarcação de apenas 6,4 metros de comprimento.

logitech - Reprodução/Pixabay - Reprodução/Pixabay
Controle Logitech F710
Imagem: Reprodução/Pixabay

Submersível já havia se "perdido"

O Titan já teve falhas de comunicação com a superfície e ficou perdido submerso por mais de duas horas. Os problemas ocorreram durante uma expedição em novembro do ano passado, com a presença da rede de televisão norte-americana CBS News.

Na ocasião, o submersível ficou duas horas e 30 minutos "perdido" no fundo do Oceano Atlântico — ele não tinha GPS, então, cabia a um navio na superfície guiar o submarino até os destroços do Titanic, enviando mensagens de texto.

"Perigoso em todos os níveis"

O ator e apresentador de televisão inglês Ross Kemp, 58, revelou que desistiu de fazer um documentário usando o submersível Titan no ano passado após sua equipe de produção definir que o veículo era "perigoso em todos os níveis".

A ideia inicial era filmar um mergulho no local do naufrágio do Titanic com o submarino da OceanGate. "O time descartou o uso do Titan depois de concluir que o submersível não era adequado e seguro para o seu propósito", disse o empresário de Kemp, Jonathan Shalit, ao jornal The Sun.

Contrato que isenta empresa por negligência

Para participar de viagens no submersível Titan, os clientes da OceanGate precisavam assinar um termo de responsabilidade que previa o risco de lesões e até morte.

O documento foi divulgado pelo "TMZ" e garantia que os passageiros assumiriam o risco sem qualquer possibilidade de recurso contra a empresa. O risco de ferimentos graves, lesões, invalidez e morte são citados em diversos pontos do contrato.