Quem é o dono? Avião com R$ 27 milhões e ouro falso cria onda de mistério

Autoridades da Zâmbia apreenderam um avião privado que saiu do Cairo, capital do Egito, transportando dinheiro em espécie, barras de ouro falsas, armas e munição.

A carga e o avião foram confiscados, e 13 pessoas foram detidas — mas, até o momento, ninguém admitiu ser o proprietário dos itens encontrados ou ao menos ter fretado a aeronave, segundo o The National News, dos Emirados Árabes.

Diante de tanto mistério, começaram a surgir rumores sobre os envolvidos no caso: será que eles poderiam ser militares ou políticos importantes do Egito ou da Zâmbia? Esse voo teria sido o único ou apenas o primeiro a ser interceptado?

O que se sabe sobre o caso

A aeronave pousou no dia 13 de agosto no Aeroporto Internacional Kenneth Kaunda, na cidade de Lusaca, capital da Zâmbia. Segundo informações da Al Jazeera, a trajetória de voo do avião incluía escalas recentes em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos; Tel Aviv, Israel; Cairo, Egito; e Benghazi e Trípoli, na Líbia.

O jato apreendido era do modelo Bombardier Global Express, de acordo com o The New York Times. A aeronave levava quase US$ 5,7 milhões (cerca de R$ 27,6 milhões) em dinheiro, 602 barras de ouro, cinco pistolas e 126 cartuchos de munição.

Uma análise laboratorial das barras de metal apreendidas mostrou que — apesar da sua aparência — elas não eram de ouro, mas de cobre e zinco, segundo a Reuters.

Autoridades zambianas afirmaram que 13 pessoas foram detidas, sendo seis egípcios, juntamente com quatro homens da Zâmbia, um da Holanda, um da Espanha e outro da Letônia. Investigadores afirmaram ainda que as pessoas detidas no caso foram ao país para realizar negócios, também conforme publicação do The National News.

Entre os suspeitos destacam-se um antigo militar e empresário egípcio, além de um agente da polícia da Zâmbia, de acordo com detalhes descritos em documentos judiciais analisados pela AFP.

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Os suspeitos foram acusados de contrabando e corrupção, e poderão enfrentar penas de até 30 anos de prisão conforme a lei zambiana, segundo o i24NEWS. Também de acordo com o canal de televisão, os zambianos enfrentam ainda acusações de espionagem.

Egípcios e zambianos acusados de espionagem saem do tribunal para entrar em uma van da polícia
Egípcios e zambianos acusados de espionagem saem do tribunal para entrar em uma van da polícia Imagem: Rodgers Mwimba/via Reuters

Jornalista preso

Assim que o avião misterioso foi confiscado na Zâmbia, um jornalista egípcio da plataforma de verificação de fatos Matsada2sh começou a investigar quem eram os envolvidos no caso. No entanto, de acordo com a Al Jazeera, ele foi preso por autoridades egípcias em 19 de agosto.

O Matsada2sh havia publicado detalhes relacionados a alguns dos suspeitos presos. Ainda segundo a Al Jazeera, o portal divulgou que eles fariam parte de um grupo clandestino que faria negócios na Europa e no Oriente Médio.

O jornalista foi solto, mas criou-se o questionamento sobre por que as forças de segurança do Egito se sentiram ameaçadas pelas informações divulgadas.

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O Egito é um dos principais responsáveis pela prisão de jornalistas no mundo, juntamente com a Turquia e a China, segundo a agência de notícias Associated Press.

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