Hezbollah diz que Israel matou um de seus combatentes, em conflito paralelo
O Hezbollah disse hoje que um de seus combatentes foi morto em um ataque de Israel no sul do Líbano. Mais cedo, autoridades já haviam atribuído a bombardeios israelenses a morte de dois civis na mesma região.
Há o temor de que a escalada de tensões entre os países comece uma guerra paralela à de Israel contra o grupo extremista Hamas, que chegou hoje ao oitavo dia.
O que aconteceu
Um combatente do Hezbollah morreu em um ataque de Israel. O movimento libanês não especificou se a vítima foi morta durante um bombardeio ou em combate. Em nota, o Hezbollah disse apenas que seu "mártir" foi abatido "por bombardeios israelenses ou em enfrentamentos" no sul do Líbano.
Mais cedo, dois civis libaneses foram mortos na mesma região. O anúncio foi feito por Mohammad Hard, prefeito de Shebaa. "Um homem e sua mulher foram mortos em sua casa por um bombardeio israelense", disse ele à AFP. O Hezbollah e o Exército israelense têm trocado disparos no sul do Líbano nos últimos dias.
Exército israelense chegou a entrar em confronto com o Hezbollah. O conflito começou depois que os libaneses disparam 30 tiros de morteiro na região da fronteira, segundo o jornal The Times of Israel. O Hezbollah reivindicou a responsabilidade pelo ataque. Não há relatos de mortos ou feridos.
Israel alertou Hezbollah para não se envolver na guerra com o Hamas. O conselheiro de Segurança Nacional de Israel, Tzachi Hanegbi, disse ter avisado ao grupo libanês para não tomar medidas que possam gerar uma reação que levaria levar à "destruição" do Líbano. Ele também afirmou que as hostilidades com o Hezbollah em paralelo à guerra em Gaza "parecem estar contidas".
Contexto
Líbano e Israel são inimigos históricos. A relação entre os dois países é marcada por questões territoriais, políticas e religiosas. O Hezbollah, que surgiu na década de 1980, tem protagonizado conflitos armados com o vizinho nos últimos anos.
Grupo libanês têm boas relações com o Hamas. O sul do Líbano já recebeu muitos refugiados palestinos que moravam no que agora é o Estado de Israel. O Hezbollah ainda tem o apoio do Irã, que também é pró-Palestina.
Hezbollah parabenizou Hamas por ataque terrorista em Israel. Além de ter classificado a operação do último sábado (7) como "heroica", o grupo também chegou a reivindicar a responsabilidade por disparos de mísseis do sul do Líbano.
Grande parte da população libanesa é anti-Hezbollah. Essas pessoas temem que os ataques do grupo militar gerem uma reação de Israel, intensificando os bombardeios no Líbano e matando civis. Israel, porém, diz estar concentrado na Faixa de Gaza e "tentando não ser arrastado para uma guerra em duas frentes", segundo o conselheiro de Segurança Nacional do país.
(*Com AFP e Reuters)
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