'Peça para o Hamas', diz Exército de Israel a apelo da ONU por combustível
O Exército de Israel disse à agência da ONU para refugiados palestinos, a UNRWA, para que pedissem combustível "para o Hamas".
A resposta vem após o órgão das Nações Unidas fazer um apelo e afirmar que hospitais, que atendem civis palestinos afetados pelos bombardeios na Faixa de Gaza, e outros serviços de distribuição de suprimentos podem deixar de funcionar amanhã.
O que aconteceu
O comentário foi feito pelo perfil do exército israelense na rede social X. "Perguntem para o Hamas se vocês podem pegar um pouco", diz a postagem, acompanhada de uma foto de um suposto reservatório de combustível do grupo extremista.
Israel alega que o Hamas tem reservatórios no território de Gaza. Imagens de supostos tanques com 500 mil litros de combustível foram compartilhadas por um porta-voz das Forças de Defesa de Israel mais cedo. "Eles roubam esse diesel dos civis e o transferem para seus túneis", escreveu o militar Avichay Adraee. A publicação foi repostada pelo perfil oficial do exército israelense.
A agência da ONU ainda não respondeu ao comentário. A tensão entre as Nações Unidas e Israel aumentou hoje após o embaixador israelense pedir a demissão da cúpula da ONU, chefiada por António Guterres.
These fuel tanks are inside Gaza.
-- Israel Defense Forces (@IDF) October 24, 2023
They contain more than 500,000 liters of fuel.
Ask Hamas if you can have some. https://t.co/Dlag6VdbMq pic.twitter.com/WXzZMFr8yI
Biden cobra envio ajuda humanitária
A cobrança por mais ajuda humanitária não vem só da ONU, mas também de Joe Biden, aliado de Israel. "Não é rápida o suficiente", respondeu Biden nesta terça-feira (24) a um jornalista que lhe perguntou na Casa Branca sobre a chegada de suprimentos ao território palestino.
O presidente dos EUA disse ter entrado em um acordo com Netanyahu para um fluxo constante de ajuda humanitária, o que ainda não havia acontecido ao longo desta terça.
A ONU alerta que hospitais e distribuições de água e alimentos podem parar na noite desta quarta-feira. Nesta manhã, em Genebra, a porta-voz da agência da ONU para Refugiados Palestinos, Tamares Alrifai, deixou claro que os estoques mantidos pela organização estão acabando. Para a entidade, o que existe dentro de Gaza pode esgotar na noite de quarta-feira.
Desde 7 de outubro, 12 hospitais e 46 clínicas de atendimento primário em Gaza foram forçados a fechar devido aos danos sofridos ou à falta de eletricidade e suprimentos. A OMS (Organização Mundial da Saúde) documentou 72 ataques a serviços de saúde na Faixa de Gaza, que resultaram em 16 mortes e 30 ferimentos em profissionais de saúde em serviço. Os ataques afetaram 34 instalações de saúde e 24 ambulâncias.
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