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Brasileiros ficam novamente fora de lista para sair da Faixa de Gaza

Pelo segundo dia seguido, os brasileiros ficaram de fora da lista de estrangeiros que podem deixar a Faixa de Gaza, de acordo com o embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas. Cerca de 600 pessoas estão autorizados a entrar no Egito pela fronteira de Rafah, 400 são norte-americanos.

O que aconteceu

Nenhum brasileiro está entre os nomes de 576 cidadãos estrangeiros na lista, desta quinta-feira (2), para saírem da Faixa de Gaza pela passagem de Rafah para o Egito. É o segundo dia de liberação limitada para pessoas deixarem a zona de conflito.

A lista de hoje conta com 400 americanos, pessoas com passaporte do México, Hungria, Croácia, Coreia do Sul, Azerbaijão, Grécia, Chade, Bahrein, Itália, Suíça, Sri Lanka, Holanda, Bélgica e Macedónia do Norte.

O Qatar mediou o acordo entre Egito, Israel e Hamas, em coordenação com os EUA. A liberação da fronteira de Rafah não está ligado a outras questões em negociação, como os reféns detidos pelo Hamas.

Ontem, 335 estrangeiros e 76 palestinos feridos saíram de Gaza. Eles são da Austrália, Áustria, Bulgária, Finlândia, Indonésia, Jordânia, Japão e República Tcheca. Além deles, há também feridos e integrantes de organizações humanitárias, como a Cruz Vermelha, segundo a AFP.

O embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, afirmou que "há boas chances" de os brasileiros que estão na Faixa de Gaza serem liberados até sexta-feira (3). Em entrevista ao UOL News de ontem, o diplomata alertou que a crise humanitária na região deve se agravar nos próximos dias.

Candeas explicou que o Brasil não é o único país com cidadãos fora da primeira lista de estrangeiros autorizados a deixar Gaza. O embaixador disse que está em negociações para agilizar a saída dos brasileiros e que eles sejam incluídos já na próxima relação.

O Brasil continua com gestões de alto nível, como fizemos desde o início deste conflito, junto a Israel, Egito, Qatar e outros atores para que os brasileiros estejam na próxima lista. Estamos com essa expectativa, e os brasileiros de Gaza mais ainda. O desespero é idêntico em todos os níveis e queremos que eles saiam o mais rápido possível
Alessandro Candeas, embaixador do Brasil na Palestina

Há em Gaza 34 pessoas, 24 delas brasileiras e o restante, de palestinos buscando imigrar, que se inscreveram junto ao Itamaraty para a repatriação em um voo da Força Aérea cuja aeronave já está no Cairo.

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Shahed Al-Banna, brasileira que está em Rafah na espera da liberação para deixar Gaza, disse estar "triste porque não conseguir sair" da zona de conflito, e concluiu afirmando acreditar "conseguir sair daqui logo". O desabafo foi divulgado pelo Jornal da Globo.

Guerra já tem mais de 10 mil mortos. Segundo o Ministério da Saúde da Palestina, controlado pelo Hamas, 9.061 pessoas morreram na Faixa de Gaza. Em Israel, os mortos são ao menos 1.400 pessoas.

Falta clareza para saída de estrangeiros

A falta de clareza sobre os critérios usados para a escolha dos estrangeiros autorizados a sair tem incomodado o Itamaraty. Uma das orientações de Brasília é para que as gestões sejam intensificadas tanto com os israelenses, egípcios e mesmo com grupos em Gaza. Para a cúpula da chancelaria, Israel não tem dado explicações nem sobre suas decisões e nem sobre a agenda de liberação dos estrangeiros.

Segundo fontes da diplomacia nacional, essa ausência de explicação não se refere apenas aos brasileiros. No total, cerca de 7.000 estrangeiros aguardam para serem autorizados a deixar Gaza e embaixadas também questionam como tem sido feita a escolha.

Israel avança em direção à Cidade de Gaza

Os tanques e as tropas israelenses avançaram em direção à Cidade de Gaza nesta quinta-feira. Militantes do Hamas que estão no caminho tentam fazer resistência contra as tropas usando morteiros e ataques vindo de túneis.

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Israel tem dito às pessoas para deixarem a área, pois promete aniquilar o Hamas de uma vez por todas. "Estamos às portas da Cidade de Gaza", disse o comandante militar israelense, general de brigada Itzik Cohen.

Os combatentes do Hamas e de seu aliado, a Jihad Islâmica, estão saindo dos túneis para disparar contra os tanques e, em seguida, desapareciam de volta para a rede subterrânea. O relato é de moradores que estão em Gaza.

* Com informações da Reuters e do Jamil Chade

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