Josias: Planalto manda recado a Maduro contra aventura militar na Guiana
O governo brasileiro enviou um recado claro ao presidente venezuelano Nicolás Maduro ao se posicionar contra qualquer tipo de incursão militar na Guiana. A avaliação é do colunista Josias de Souza, ao falar no UOL News desta terça (5) sobre o clima de tensão pela disputa do território de Essequibo.
Maduro exibe uma dupla personalidade. Para ele, mais relevante do que as preocupações da Casa Branca são as com o Palácio do Planalto. O governo brasileiro e o Itamaraty fizeram chegar ao Maduro um recado muito nítido: não consideram adequado que o resultado desse referendo seja utilizado para mobilizar uma aventura militar da Venezuela na Guiana. O governo brasileiro foi muito explícito nos bastidores. Josias de Souza, colunista do UOL
Josias explicou que uma possível invasão da Venezuela à Guiana seria uma "tragédia" para Lula, já que comprometeria sua intenção de ser um líder regional e pacificador. Para o colunista, Maduro adota um discurso de "morde e assopra" ao pedir aos EUA para que não interfiram na questão de Essequibo, com o intuito de angariar votos para sua reeleição.
Nos subterrâneos, Maduro manda dizer ao Brasil para ficar tranquilo, porque não há o risco de uma intervenção da Venezuela. Se isso ocorresse, seria uma tragédia. Permitir que surja no seu quintal uma guerra regional seria um fracasso para um líder político como Lula, que se pretende líder regional.
Maduro está adotando o comportamento típico dele. Faz a contraposição aos Estados Unidos, inimigo tradicional da Venezuela, meses depois de ter celebrado um acordo que previa a reabertura do mercado americano para o petróleo e minérios venezuelanos desde que o país fizesse eleições confiáveis. Esse comportamento tem um viés eleitoral. Maduro não tem nada a oferecer além desse teatro e tenta unificar o país em torno desse mote de fabricar um inimigo externo. Josias de Souza, colunista do UOL
Ex-ministro: Brasil tende a enfrentar longo período de baixo crescimento
O ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega projeta um longo período de baixo crescimento da economia brasileira. A previsão vem na esteira do crescimento de 0,1% do PIB nacional no 3º trimestre de 2023, mantendo-se estável. Ele explicou que os números recentes comprovam que a economia nacional está desacelerando, mas ressaltou que o mundo todo também passa por situação semelhante.
Há uma realidade da qual não se pode fugir. A saída teria que ser o aumento de receita porque o Brasil se tornou um país diferente dos demais do planeta. No próximo ano, o governo federal disporá de apenas 2% do orçamento primário para gastos com ciência, tecnologia, cultura e assim por diante; 98% estão definidos. Isso é uma barbaridade, gera perda de eficiência e uma má alocação de recursos. Isso significa perda de produtividade e afeta o potencial de crescimento do país. Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda
"Haddad foi a grande surpresa na economia de Lula", diz ex-ministro
Nóbrega ainda reservou elogios ao desempenho de Fernando Haddad à frente do Ministério da Fazenda. Na opinião dele, o petista superou a desconfiança do mercado e as "armadilhas" de Lula para fazer uma gestão "elogiável".
É necessário reconhecer que Haddad foi a grande surpresa da área econômica do governo. Havia dúvidas do mercado se ele estaria à altura do cargo e sucumbiria às ideias polêmicas do PT sobre gestão fiscal, mas o ministro fez uma gestão muito adequada e elogiável. Ganhou credibilidade no mercado financeiro porque desarmou muitas bombas que o Lula estava armando. Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda
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