Maduro aos EUA: 'Deixem a Guiana e a Venezuela resolverem este assunto'
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse na noite de ontem para os Estados Unidos não se envolverem no assunto Essequibo e nem nas questões com a Guiana.
O que aconteceu
Maduro respondeu a fala do porta-voz do Departamento de Estado dos EUA sobre o referendo realizado no último domingo, em que a Venezuela aprovou com 96% dos votos a anexação do território de Essequibo, na Guiana.
Durante o "Con Maduro +" — live no YouTube em que trata assunto do governo — Maduro disse para os EUA ficarem "longe daqui."
Estados Unidos, eu aconselho, longe daqui. Deixem que a Guiana e a Venezuela resolvam este assunto em paz.
Nicolás Maduro
Ele também questionou a presença de militares norte-americanos na fronteira da Guiana, e declarações de Irfaan Ali, presidente guianês.
"Os Estados Unidos retiraram a presidência do presidente da Guiana? O presidente da Guiana disse que tinha tropas dos Estados Unidos prontas para travar uma guerra contra a Venezuela. Ou seja, os Estados Unidos, mais uma vez,estão agindo como estão: fazem uma promessa à Guiana e incentivam a provocar a Venezuela", disse Maduro durante a transmissão.
O porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, afirmou nesta segunda-feira que o governo de Joe Biden apoia uma solução pacífica para a disputa de fronteira entre Venezuela e Guiana e acredita que ela não pode ser resolvida por meio de um referendo.
"Isso não é algo que será resolvido por um referendo", destacou o porta-voz do Departamento de Estado.
Já o presidente da Guiana, Irfaan Ali, disse em transmissão nas redes sociais que "não há nada a temer".
"Nossa vigilância vai aumentar", afirmou Ali. "Estamos trabalhando contra o relógio para que nossas fronteiras sejam mantidas intactas e que as pessoas do nosso país continuem em segurança", disse o presidente guianense. O pronunciamento foi feito no domingo, antes de o referendo começar.
Desafios trazem o que há de melhor nas pessoas e nós, como guianenses, vamos passar por isso. O sentimento de patriotismo, amor e unidade é uma coisa que devemos levar adiante nesse desafio. Sempre dizemos que a diplomacia é nossa primeira linha de defesa. Nós temos uma posição muito forte nessa linha de defesa.
Irfaan Ali
Os eleitores da Venezuela rejeitaram a jurisdição da Corte Internacional de Justiça (CIJ) sobre a disputa territorial do país com a Guiana e apoiaram a criação de um novo estado na região de Essequibo, área rica em petróleo.
"Os EUA são os arquitetos, juntamente com o imperialismo britânico, da fraude de 1899 e das recentes tentativas de privar a Venezuela de seus direitos históricos", disse o ministro das Relações Exteriores venezuelano, Yván Gil, por nota.
#Comunicado Venezuela rechaza categóricamente las más recientes declaraciones del Portavoz del Departamento de Estado de los EE.UU., en relación al referéndum consultivo realizado el pasado 3 de diciembre, que constituyen una intromisión inaceptable. pic.twitter.com/E4qF7drfsp
-- Yvan Gil (@yvangil) December 4, 2023
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Quero receber"Os Estados Unidos, consequentemente, apenas ratificam o seu desprezo pelo direito internacional e a sua capacidade de compreender o processos em que pessoas verdadeiramente livres exercem na participação democrática para decidir as suas questões fundamentais", diz o comunicado publicado no X, antigo Twitter, pelo chanceler da Venezuela.
183 comentários
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Dawerson Cavalheri Chiodetto
1337 pessoas na comitiva do Lula em Dubai ! A maior de todos os 195 países presentes. Lula não presta e está quebrando o Brasil !! A UoL é conivente porque está comprada ! Cartão corporativo vai explodir mais que o Hamas ! Inacreditável
Jose Flavio Schramm Barros
Quer dizer que, um país que invade o outro é resolver as coisas democraticamente? Que cinismo desses venezuelanos. Soberania e independência só vale para a Venezuela em a Guiana não é soberana, não tem Povo, Território e Governo? Uma coisa que mal resolvida ou não em 1899, passado tantos anos, é hora de ser revisto. Vai Venezuela invade, se são machos e fêmeas de coragem! Eu sou plenamente favorável que EUA proteja a Guiana e qualquer país contra regimes ditatoriais. Que o Brasil assuma uma questão pacífica, mas se a Venezuela quer brincar de guerra, o Brasil deve apoiar a Guiana.
Wanderley Andre
E o covarde ainda é recebido no Brasil com tapete vermelho, pode isso Arnaldo??