Reinaldo: Maduro inventa causa para a extrema direita com 'novo mapa'
O plebiscito convocado pelo presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, para anexar Essequibo, parte da Guiana, é um movimento que pode fomentar a extrema direita na América Latina e no Brasil também, analisou o colunista do UOL Reinaldo Azevedo, durante o programa Olha Aqui!
Significa um tiranete, ou para os venezuelanos um tirano. Ele [Nicolás Maduro] está inventando uma causa. Resolveu requentar uma disputa territorial entre os dois países que estava congelada e assim permaneceria não fossem as riquezas que estão sendo exploradas na Guiana. Hoje o PIB per capita da Guiana é quase cinco vezes o da Venezuela. Obviamente, ele está interessado na exploração do petróleo.Reinaldo Azevedo.
É inaceitável esse troço. E ao contrário, ao fazer isso, ele excita e incita a extrema direita no continente. Aliás, a posição do Brasil em relação ao Maduro, há muito tempo deveria ser outra. Maduro está dizendo quem é. É um erro tão brutal colocar Maduro no campo da democracia, do poder popular. Tem um fundo anti-imperialista meio velha que acaba abrigando esse cara neste campo das nações que buscam uma autonomia. Autonomia nada, ele quer ditadura. Reinaldo Azevedo
Falando ainda a respeito do posicionamento de Maduro, Reinaldo Azevedo o comparou a Jair Bolsonaro (PL) por causa do voto impresso, que é adotado na Venezuela.
Ele foi até desairoso com as eleições no Brasil, neste processo, neste absurdo dessa consulta popular, porque foi feita na urna eletrônica, mas lá sai a cópia do voto. Tudo que um tirano quer é fazer a eleição e o cara ter a comprovação de quem ele votou. É o que o Bolsonaro queria no Brasil, para fazer o controle do voto. E ele falou que a Venezuela tem o sistema mais seguro do mundo, não como em alguns países. Era uma referência velada ao Brasil. E aí se juntando as críticas feitas pelos bolsonaristas. Não por acaso, Eduardo Bolsonaro [deputado federal] pegou o vídeo dele e divulgou. Então, quando precisa, Eduardo Bolsonaro usa Maduro como referência positiva". Reinaldo Azevedo.
Reinaldo também destacou que todo esse processo feito por Maduro tem a chancela da oposição venezuelana, que não se manifesta de forma contrária ao presidente.
"É tão primário isso, que a gente custa a acreditar que esteja em curso. É tão evidente que ele [Maduro] está tentando salvar a própria pele. E a oposição está junto. Porque sabe que se falar 'não', está liquidada eleitoralmente. Porque a adesão ao plebiscito nem foi tão alta, mas de qualquer modo, alta o bastante para garantir a eleição. Ele inventou uma causa popular, a Venezuela vive numa pindaíba econômica formidável e o mundo inteiro noticia o boom econômico da Guiana" Reinaldo Azevedo.
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