Rival de Trump, Nikki Haley desiste de ser candidata à Presidência dos EUA
Nikki Haley anunciou hoje que desistiu da candidatura nas primárias presidenciais republicanas. Dessa forma, abriu caminho para o ex-presidente Donald Trump ser candidato pelo partido.
O que aconteceu
Nikki não declarou apoio a Trump, seu colega de partido. É a primeira vez que um candidato republicano se recusa a apoiar o vencedor nas prévias, segundo o jornal The New York Times
Desistência ocorre um dia após a vitória de Trump na chamada Superterça. As disputas de ontem confirmaram o favoritismo do ex-presidente para concorrer novamente à Casa Branca. Ele governou o país entre 2017 e 2020, quando foi derrotado pelo democrata Joe Biden.
Ex-governadora da Carolina do Sul, Nikki criticou duramente Trump, a quem chamou de "agente do caos envelhecido e mentalmente insalubre". Afirmou ainda que o empresário é desrespeitoso com parte da população e não gosta de respeitar a Constituição.
"Cabe agora a Donald Trump convencer o restante do partido a apoiar a sua candidatura", afirma Haley. "Espero que ele faça isso", completou. A ex-governadora da Carolina do Sul fez o anúncio perto de sua casa, no mesmo estado.
Donald Trump 14 x 1 Nikki Haley na "Superterça". Ontem, o ex-presidente venceu as primárias de seu partido em 14 estados, enquanto Nikki saiu vitoriosa apenas no estado de Vermont. Do lado democrata, o atual presidente, Joe Biden, ganhou as prévias em 15 estados.
Falta pouco para a homologação da candidatura de Trump. Com a suspensão da campanha de Nikki Haley, ele se torna o único pré-candidato pelo Republicanos. O ex-presidente já soma 995 delegados e precisa de mais 220 para ser indicado como candidato à presidência pelo partido Republicanos.
Oficialmente, a confirmação vem na convenção de julho em Milwaukee, mas Donald Trump já será o candidato republicano ao atingir o número de delegados.
Paulo Velasco, professor de Política Internacional da Uerj
I end my campaign with the same words I began it from the Book of Joshua. I direct them to all Americans, but especially to so many of the women and girls out there who put their faith in our campaign.
-- Nikki Haley (@NikkiHaley) March 6, 2024
Be strong and courageous. Do not be afraid. Do not be discouraged. For God? pic.twitter.com/XAwgOGzKdy
Feito histórico de Nikki Haley
É a primeira vez que uma mulher vence duas primárias na pré-campanha pelos Republicanos. Nikki levou o voto de 89 delegados, sendo a mais votada na capital dos Estados Unidos, Washington D.C., e em Vermont. Ela, que já governou a Carolina do Sul, se disse "honrada" pelo apoio,
"Vou usar minha voz para as coisas em que acredito". A ex-governadora disse que sua decisão de concorrer à presidência se baseou no amor pelos Estados Unidos e agradeceu o apoio que teve em todo o país. E prometeu aos apoiadores que continuará defendendo as promessas de campanha.
O nosso mundo está em chamas. Apoiar os nossos aliados na Ucrânia, Israel e Taiwan é um imperativo moral. Mas também é mais do que isso. Se recuarmos ainda mais, haverá mais guerra, e não menos.
Nikki Haley
Como candidato, Trump assume um novo desafio: a conquista pelo voto feminino. Em 2016, após chamar Hillary Clinton de "nojenta" em um debate, o empresário gerou uma série de protestos e se tornou um dos assuntos mais comentados da internet, dada a indignação de mulheres, sobretudo mulheres imigrantes dos Estados Unidos. Desde então, Trump tenta uma aproximação difícil do voto feminino.
Antes de concorrer às eleições de 5 de novembro, presidenciáveis precisam conquistar delegados. Nos EUA, os eleitores não escolhem seus candidatos diretamente nas primárias e nos caucus, e sim elegem delegados que são encarregados de nomear em quem irão votar nas convenções nacionais de cada partido e eleger o candidato à presidência.
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