Putin diz que atentado em Moscou foi executado por 'radicais islâmicos'
O presidente russo Vladimir Putin afirmou culpou "radicais islâmicos" pelo ataque a uma casa de shows perto de Moscou. Mesmo sem provas, o líder russo também voltou a dizer que o atentado faz parte dos ataques da Ucrânia à Rússia.
O que aconteceu
Putin declarou que o ataque é "parte dos ataques do regime de Kiev à Rússia". À imprensa russa, Putin também afirmou que "radicais islâmicos" estão por trás do ataque, mas admitiu que a inteligência do país ainda não sabe quem ordenou o atentado. "Estamos interessados em saber quem se beneficia com isso", disse, acrescentando que o ataque é um "ato de intimidação".
O líder russo declarou que os criminosos tentaram fugir para a Ucrânia. "Esta atrocidade pode ser apenas um elo em uma série de tentativas daqueles que estão em guerra com o nosso país desde 2014 pelas mãos do regime nazista de Kiev. Aqueles que planejaram o ataque, esperavam semear o pânico e a discórdia na nossa sociedade, mas encontraram unidade e determinação para resistir a este mal".
Ele defendeu que a investigação continue de forma "objetiva". "Precisamos responder por que os terroristas tentaram ir para a Ucrânia depois de cometerem o crime e quem os esperava lá", ressaltou Putin. O atentado foi reivindicado pelo grupo terrorista Estado Islâmico, e aconteceu na casa de shows Crocus City Hall, na noite de sexta-feira (22).
Estados Unidos nega envolvimento da Ucrânia no atentado. A Casa Branca rejeitou as alegações da Rússia de que o ataque à sala de concertos em Moscou tenha alguma ligação com Kiev. Os EUA classificou a analogia como "propaganda do Kremlin".
A Rússia diz ter prendido no sábado (23) 11 pessoas, incluindo os quatro atiradores. O último balanço do governo mostrou que ao menos 137 pessoas morreram. Cerca de 150 pessoas também ficaram feridas.
Os quatro suspeitos tiveram a prisão preventiva decretada. Eles comparecerem, com marcas de tortura visíveis, em um tribunal de Moscou, na noite de domingo (24). Dalerdzhon Mirzoyev, Saidakrami Rachabalizoda, Shamidin Faridouni e Muhammad Fayzov, todos tadjiques, são acusados de "terrorismo" e podem ser condenados à prisão perpétua, informou o Tribunal de Basmanny, de Moscou, em um comunicado. Três deles se declararam culpados.
A prisão preventiva, prevista para durar até 22 de maio, pode ser prorrogada até o julgamento, cuja data ainda não foi definida. O Tajiquistão é uma ex-república soviética de maioria muçulmana na Ásia Central.
Relembre caso
O ataque ocorreu no Crocus City Hall, uma casa de shows em região próxima a Moscou. Centenas de pessoas aguardavam uma apresentação do grupo Picnic quando o ataque começou. Os músicos da banda não ficaram feridos.
Além de terroristas camuflados disparando indiscriminadamente, também foram relatadas explosões, que deixaram o prédio em chamas. O telhado da casa de espetáculos desabou e parte da casa de shows ficou destruída.
Em vídeos publicados nas redes, as pessoas aparecem tentando fugir do prédio. Ao fundo, é possível ouvir barulho de disparos. Os relatos começaram a surgir por volta das 20h15 (horário local).
Vladimir Putin tentou ligar Ucrânia ao ataque. Em pronunciamento feito na manhã do sábado (23), presidente afirmou, sem provas, que presos pelo crime tentavam fugir para o país vizinho. Ele declarou o domingo (24) como dia de luto nacional e disse que todos os envolvidos no ato seriam presos.
Estado Islâmico assumiu o ataque em canal de Telegram. "Os combatentes do Estado Islâmico atacaram uma grande concentração de cristãos na cidade de Krasnogorsk, nos arredores da capital russa, Moscou, matando e ferindo centenas e causando grande destruição ao local antes de se retirarem em segurança para as suas bases", diz o comunicado.
O ataque foi o mais mortal em território russo desde o cerco à escola de Beslan em 2004, quando militantes islâmicos tomaram como refém mais de 1.000 pessoas, incluindo centenas de crianças. Mais de 330 pessoas morreram.
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